Pulo do Lobo

sexta-feira, novembro 18, 2005

Hayek, Salma, e Cavaco, Silva

O nosso coblogger JCD publicou aqui as declarações de voto de dois conhecidos liberais da blogosfera, o Miguel Noronha e o Rodrigo Adão da Fonseca. Li-as, gostei e parece não fui o único. Confesso, porém, que me custa um pouco entender certos problemas de consciência em votar Cavaco Silva.
Os liberais dizem que o homem não é um deles, já sei. E não será.
Mas não votar Cavaco por não ser um liberal é como não jantar com a Salma Hayek porque nunca leu Dostoievsky. Se calhar até leu.
Ou porque ela não sabe cozinhar. Who cares?
Ou porque se prefere jantar com Soares, Alegre, Jerónimo, Louçã...
E se estão à espera de uma fotografia da senhora, então vão ter com eles, os liberais.
Eu cá sou um conservador. Comigo, só Cavaco e a Sofia Loren.

8 Comments:

  • At 10:33 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Dizia-se que P. Portas não podia ser ministro da defesa por não ter feito Tropa.
    Um desertor do Exército Português já pode ser Comandante Supremo das Forças Armadas...???

     
  • At 11:50 da tarde, Blogger Pedro Picoito said…

    Excuse me?

     
  • At 1:48 da manhã, Blogger Miguel Noronha said…

    Penso que o anónimo se deve estar a referir a Manuel Alegre.

    Quanto ao meu post ainda bem que agradou. Quanto a Cavaco recordo que se trata de uma eleição para PR e não de um convite para o repasto.

     
  • At 1:20 da tarde, Blogger JoaoMiranda said…

    Quem gostaria de jantar com a Salma Hayek se se descobrisse que afinal ela é um transsexual?

     
  • At 2:19 da tarde, Blogger RAF said…

    Caro Pedro,

    Cavaco Silva tem um passado político e sobretudo dez anos de Cavaquismo que foram positivos, mas não foram de excelência. Se por um lado Portugal deu um grande salto em muitos aspectos, esses anos poderiam e deveriam ter sido aproveitados de outra forma: na diminuição do peso do Estado, sobretudo do Estado Prestador, libertando a economia e os cidadãos; na efectiva privatização de sectores essenciais, apostando no mercado e nos mecanismos de transparência, desaparecendo o Estado de empresas como a EDP, a PT ou a GALP, entre outras; na aposta numa educação de maior excelência, com liberdade de escolha e sem instintos paternalistas, uma educação que servisse de alavanca para um novo tecido empresarial mais renovado. Portugal estaria neste momento mais preparado para enfrentar os desafios da globalização, e capitalizaria muito melhor os seus benefícios, em vez de estar a lutar- como hoje - para ver como é que atenua os seus prejuízos e ultrapassa certas ameaças.

    Isso não aconteceu; mas também, sejamos sérios, nenhum político no activo nos anos noventa teve a visão de o criticar, e de apontar novos caminhos, preocupados que estávamos todos em melhorar o perímetro que rodeia os nossos umbigos; nem os governos PS e PSD/PP que se seguiram foram capazes de introduzir alterações válidas no nosso modelo de crescimento; aliás, fizeram pior, pois adormeceram o país e conduziram-no à pequena política, maximizando o luso-umbiguismo.

    Pelas razões que apontei é normal que haja liberais com algumas reservas em relação ao candidato Cavaco Silva. Agora, e por isso tem o meu apoio, Cavaco é homem sério e saberá cumprir o papel que lhe está reservado, de moderador e árbitro, aspectos nada garantidos por Alegre ou Soares. Cavaco, além do mais, tem acompanhado as mudanças, e já demonstrou estar alinhado com os novos tempos, pois que o ouça (e há muita gente a dizer que Cavaco não fala, mas fala, mas para isso é preciso estar receptivo para o ouvir) já se apercebeu que em muitas matérias pensa diferente do que pensava nos anos 90; estou aliás certo que hoje, se governasse, promoveria outro tipo de políticas, preparando melhor o país para a globalização. E por isso a sua Presidência pode ser de bom conselho e utilidade para José Sócrates e para quem nos próximos anos lhe seguir.

    Rodrigo Adão da Fonseca

     
  • At 6:15 da tarde, Blogger CAA said…

    Sophia Loren, aliás Sofia Scicolone, nasceu em Roma a 20 de Setembro de 1934.
    Tem, pois, 71 anos.

    Estou chocado.

    E prefiro a Hayek.

     
  • At 10:25 da manhã, Blogger Gabriel Silva said…

    O argumento de que Cavaco é o «menos mau« não me convence.

    É um argumento tão bom como nos darem apenas a opção de escolher entre Chirac-Le Pen, Jerónimo-Louçã, Alegre-Soares, Bush-Kerry, etc.

    Tirando o caso em que se torna evidente a necessidade de auxliar a derrubar quem está no poder, caso em que se poderá justificar um voto útil no candidato ou partido que melhor se posicionar para tal efeito, nos restantes casos apenas posso (e julgo que devo) votar naqueles com quem tenha um mínimo de identificação política.

    Cavaco não é o caso e quem está não se candidata.

    Assim, em vez de me associar/apoiar a quem criticarei desde o primeiro minuto do seu mandato, prefiro optar por manifestar a minha opção política em forma e voto de protesto, pela ausência de representatividade das ideias e projectos que julgo melhores para a sociedade em que vivo. Desta forma julgo que estarei a auxiliar a criar tal espaço e projecto.

     
  • At 12:42 da tarde, Blogger Pedro Picoito said…

    A idade da sra. Loren apenas confirma documentalmente que o material de qualidade resiste melhor ao tempo. Não sei se poderemos dizer o mesmo do dr. Soares. É por isso que sou conservador. Quanto à revelação da equívoca origem dos encantos da menina Hayek, devo dizer que já desconfiava. O choque epistemológico sofrido pelos liberais de todo o mundo impõe, contudo, uma investigação experimental. Declino o encargo, não só pelas razões ideológicas citadas, mas sobretudo porque o meu contrato vitalício de exclusividade matrimonial me fez deixar há muito uma promissora carreira ao serviço da ciência.
    Ao RAF e ao Gabriel, prometo responder brevemente em post.

     

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