Critérios
José Pacheco Pereira chama hoje a atenção para os "critérios jornalísticos" que determinam a ausência de quaisquer comentários ou editoriais sobre a forma como um ex- chefe de Estado, de novo candidato à "mais alta Magistratura da Nação", tem andado a conduzir a sua alegre campanha. Trata-se de um curioso silêncio que não vejo ninguém pôr em causa, sobretudo as púdicas musas que tanto se amofinam com o alegado silêncio de outros. Presume-se que o candidato em causa aspira legitimamente regressar a um lugar onde parece que foi feliz. E que, atentas as circunstâncias, será o segundo ou o terceiro na "lista de espera" para o efeito. Isso devia dar um diferente sentido de responsabilidade à sua candidatura. Pelo contrário, o candidato faz os possíveis para a radicalizar todos os dias um pouco mais, banalizando a sua relevância "nacional" e emprestando-lhe uma desagradável conotação de marginalidade. À falta de melhor, a generalidade dos órgãos de comunicação social dá a estas prestações o nome de "pré-campanha", levando-as a sério, e alinhando acriticamente pelo preconceito sobranceiro- e, porque não dizê-lo, reaccionário - que lhes está subjacente. O temor reverencial e a perspectiva cortesã não permitem ir mais longe. E a imensa "superioridade moral" e "intelectual" da figura também não.
3 Comments:
At 4:23 da tarde, Gabriel Peregrino said…
Mário Soares parece-se cada vez mais com o outro Mário, aquele da Roma Antiga... Parabéns pelo blog!
At 1:31 da manhã, Anónimo said…
p Pacheco Pereira tem uma lata para dar indicaçoes sobre editoriais ou nao
At 6:51 da tarde, SG said…
A propósito: o que vai acontecer a Mário Soares pela violação da lei eleitoral?
Se for assim, também quero para mim um crédito de violação de uma lei (à minha escolha, claro...), por exemplo, não pagar impostos, conduzir em excesso de velocidade, ou melhor: assaltar um banco (também é proibido, não é?)
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