Pulo do Lobo

terça-feira, novembro 15, 2005

Questões moles, questões duras

Nestas eleições presidenciais há quem só se preocupe com aquilo a que poderíamos chamar as "questões moles", assentes em binómios de extraordinária relevância nacional tais como "fala/silêncio", "humanísticas/economia" ou "debates/monólogos". Ao lado destas "questões", porém, existem as verdadeiras, as "duras". Como as aqui enunciadas.

7 Comments:

  • At 10:06 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Está bem observado.

     
  • At 10:38 da tarde, Blogger Tiago Mendes said…

    Caro João,

    Permita-se discordar. Concordo que as tais questões referidas sejam "moles", mas na acepção da palavra - e dado o contexto - hesitaria em chamar o relatório do BP de "duras". Quanto muito, "acessórias", até "importantes". Mas temos que nos lembrar que não é o Presidente que governa o país.

     
  • At 11:55 da tarde, Blogger Leandro Covas said…

    Caro Tiago Mendes,

    Com todo o respeito, vou-lhe fazer uma advertência: tente explicar às famílias portuguesas porque considera o facto de a vida destas estar a andar para trás uma questão "acessória" e logo verá os lindos epítetos que poderá, por sugestão destas, acrescentar ao seu nome.

     
  • At 12:28 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Caro João Gonçalves, explique-me como se eu fosse muito burra.

    E como eu sou muito burra, não me apetece ler o relatório do Banco de Portugal - e de certeza que o sr. também não leu até ao fim -, por isso, explique-me de que forma este serve de sustento à candidatura de Cavaco Silva. E, tendo em conta que a grande mais-valia de Cavaco, segundo o próprio, é trazer confiança aos portugueses - sim, porque hoje em dia, esta coisa da confiança está na moda! -, de que maneira poderá ele solucionar os problemas "duros" do país?

    Mais ainda, porque é que na legenda da fotografia do Cavaco a caminho de Bélem, os sr. resolveram dizer que ele estava no Citroën. É para mostrar que ele é do povo, ou é para mostrar que ele tem mau gosto e, podendo comprar um renault ou um pegeut (acho que se esccreve assim) embicou para o citroën. Isso, é que me parece ser a questão "dura" aqui.


    P.S. Por acaso, até acho piada ao C3.

    P.P.S. Será que existe mais alguma coisa dura em Cavaco, além da cabeça?

     
  • At 10:21 da manhã, Blogger Tiago Mendes said…

    Caro Leandro,

    Vou ler o seu "advertência" como "pedido" e responder-lhe: o que eu pretendi não era que essa questão fosse pouco importante. Claro que não é. Apenas a interpretei à luz do cargo presidencial e dos seus poderes. O relatório e a situação económica são uma questão "relativmente acessória" para a questão presidencial, no sentido do presidente náo ter meios directos para mudar algo, mas apenas - mas isso pode ser muito, isso pode fazer a diferença, e é também por isso que nunca teria dúvidas em votar Cavaco - em por alguma pressão, ajudar a tomar medidas difíceis, e por aí fora.

    Também seria "acessória" para outros tantos cargos cujos poderes e funções não estão directamente ligados com ela. Eu ´fiz um comentário meramente "formal", quanto ao argumento exposto. O relatório é importante, mas náo pode ser erigido a ponto fulcral nesses termos, porque os poderes presidenciais náo sáo executivos. Era somente isso que eu queria dizer.

     
  • At 5:36 da tarde, Blogger Leandro Covas said…

    Caro Tiago,

    Agradeço a sua explicação. No entanto, tenho receio que o seu comentário formal possa ser um tiro no escuro (ou pelo menos "ao lado" da questão nuclear). Portugal está lentamente a cair num buraco negro (económico e, por arrastamento, social). As pessoas estão desempregadas, sem dinheiro no bolso, sem confiança, a pagar cada vez mais impostos, a verem alguns países do antigo bloco de leste a ultrapassarem Portugal. Aqui é fundamental não menosprezar o "poder da palavra" de um PR responsável e conhecedor de todos os assuntos económicos. Deverá ser desígnio nacional sair da fossa onde nos encontramos e aí o professor Cavaco Silva será mais do que um árbitro ou "ouvidor". Com ele teremos a certeza de que este será o primeiro sinal de alarme contra intenções políticas alheias a este propósito. Com ele as questões económicas não serão desvalorizadas pois este bem sabe que é preciso ser económico para ser social. Julgo que não estamos em tempo de discutir questões formais ou meramente políticas. Todos conhecemos "as linhas com que nos cosemos" - principalmente Cavaco Silva. Teremos que necessariamente deixar para trás os lirismos de contexto e preocuparmo-nos com as questões de substância.
    Daí eu considerar que o seu comentário, apesar de correctíssimo, é temerário: poderá "tapar o sol com a peneira".
    Espero que também compreenda o meu ponto de vista. Um abraço.

     
  • At 6:05 da tarde, Blogger Tiago Mendes said…

    Caro Leandro,

    Não queria prolongar desnecessariamente esta discussão, até porque eu não discordo que o que o Leandro aponta seja "importante", ainda que possa discordar da forma de as resolver (pelo Governo, that is). Quando diz:

    "No entanto, tenho receio que o seu comentário formal possa ser um tiro no escuro (ou pelo menos "ao lado" da questão nuclear). "

    O comentário - enquanto comentário "formal" - não é um tiro no escuro. Era apenas um reparo formal.

    Se o Leandro quiser apontar que este tipo de comentários são "inúteis", tem todo o direito a fazê-lo. Eu não pretendi que o meu comentário fosse importante. Apenas achei que havia alguma debilidade formal no argumento do post.

    Eu não pretendi dizer se esta ou aquela questáo eram ou não "centrais" em si mesmas. Apenas que o relatório do BP não é "central" para a questão da presidência em si. Isso desvirtua a discussão porque parece sugerir que o cargo é executivo.

    Se nem sequer me refiro ao corpo do seu comentário é porque acho que tem que haver liberdade e respeito pelos comentários dos outros. Eu posso preferir comentários mais ligados ao "estilo" umas vezes, outras mais ligadas ao "conteúdo". Desde que não pretenda baralhar as coisas ou achar que a aparência é mais improtante que a substãncia, acho que devo ter direito a dizê-lo.

    POr isso, reitero que a questão é importante EM SI mas acessõria para a discussão presidencial.

     

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