Declarações de Voto (II)
A minha declaração de voto, por Rodrigo Adão da Fonseca
I. Numa sociedade como a nossa, excessivamente estatizada, um liberal que se preze vive em sistemático sobressalto, desassossegado com a desmedida concentração de poderes na esfera pública; neste quadro, a limitação do executivo é sempre um primeiro passo para a salvaguarda das liberdades. Hoje, o Poder está todo ele concentrado nas mãos de um pequeno grupo de pessoas que gravitam em redor de José Sócrates (que controla uma maioria absoluta no Parlamento, o Banco de Portugal, o Tribunal de Contas e diversas empresas públicas); neste contexto político, um voto liberal será aquele que permita evitar a parlamentarização do regime, isto é, a submissão ao executivo dos poderes presidenciais de fiscalização, moderação e arbítrio, tornando monocromático o exercício do Poder em Portugal.
Mário Soares é o candidato dos poderes concentrados.
Cavaco Silva é o candidato dos poderes limitados.
II. A atmosfera política e económica deixou de ser nacional; hoje, somos portugueses, sim, com orgulho da nossa língua, da nossa cultura, da nossa história e do nosso passado; mas se queremos respirar como Nação teremos de ser – rapidamente – cidadãos do mundo; capazes de acompanhar a complexidade, a mudança, de sobreviver neste ambiente global que diariamente se reconfigura, em que se vivem tensões e rupturas, onde é exigida uma forte capacidade de adaptação e criatividade. Características que sempre foram as nossas, mas que parecem estar adormecidas. Portugal precisa de um Presidente que seja capaz de acompanhar o novo ritmo dos tempos, que compreenda a globalização, os desafios e as oportunidades que ela representa. Portugal não precisa de um Presidente da República que esteja alienado da realidade, agarrado a velhos sonhos e a utopias ultrapassadas, tentando fazer renascer das cinzas a sua particular visão do mundo.
Cavaco Silva, de todos os candidatos, é aquele cujo perfil melhor se enquadra nas exigências deste novo tempo.
Mário Soares não tem o defeito da idade: a juventude pode viver-se até à morte; Mário Soares está cheio de vida, sim, mas quer viver de novo tempos passados, quando se sabe que o tempo não volta atrás.
Mário Soares pode dizer-se «Humanista», mas é o candidato da Saudade.
Cavaco Silva pode ser «Economista», mas é o candidato da Modernidade.
Declaração de Voto: Cavaco Silva pode não ser um candidato liberal; mas é o único que garante sem reservas uma efectiva limitação de poderes; é o que melhor compreende o mundo moderno, sendo o mais capaz para ajudar Portugal a alinhar-se na rota do progresso.
Rodrigo Adão da Fonseca
I. Numa sociedade como a nossa, excessivamente estatizada, um liberal que se preze vive em sistemático sobressalto, desassossegado com a desmedida concentração de poderes na esfera pública; neste quadro, a limitação do executivo é sempre um primeiro passo para a salvaguarda das liberdades. Hoje, o Poder está todo ele concentrado nas mãos de um pequeno grupo de pessoas que gravitam em redor de José Sócrates (que controla uma maioria absoluta no Parlamento, o Banco de Portugal, o Tribunal de Contas e diversas empresas públicas); neste contexto político, um voto liberal será aquele que permita evitar a parlamentarização do regime, isto é, a submissão ao executivo dos poderes presidenciais de fiscalização, moderação e arbítrio, tornando monocromático o exercício do Poder em Portugal.
Mário Soares é o candidato dos poderes concentrados.
Cavaco Silva é o candidato dos poderes limitados.
II. A atmosfera política e económica deixou de ser nacional; hoje, somos portugueses, sim, com orgulho da nossa língua, da nossa cultura, da nossa história e do nosso passado; mas se queremos respirar como Nação teremos de ser – rapidamente – cidadãos do mundo; capazes de acompanhar a complexidade, a mudança, de sobreviver neste ambiente global que diariamente se reconfigura, em que se vivem tensões e rupturas, onde é exigida uma forte capacidade de adaptação e criatividade. Características que sempre foram as nossas, mas que parecem estar adormecidas. Portugal precisa de um Presidente que seja capaz de acompanhar o novo ritmo dos tempos, que compreenda a globalização, os desafios e as oportunidades que ela representa. Portugal não precisa de um Presidente da República que esteja alienado da realidade, agarrado a velhos sonhos e a utopias ultrapassadas, tentando fazer renascer das cinzas a sua particular visão do mundo.
Cavaco Silva, de todos os candidatos, é aquele cujo perfil melhor se enquadra nas exigências deste novo tempo.
Mário Soares não tem o defeito da idade: a juventude pode viver-se até à morte; Mário Soares está cheio de vida, sim, mas quer viver de novo tempos passados, quando se sabe que o tempo não volta atrás.
Mário Soares pode dizer-se «Humanista», mas é o candidato da Saudade.
Cavaco Silva pode ser «Economista», mas é o candidato da Modernidade.
Declaração de Voto: Cavaco Silva pode não ser um candidato liberal; mas é o único que garante sem reservas uma efectiva limitação de poderes; é o que melhor compreende o mundo moderno, sendo o mais capaz para ajudar Portugal a alinhar-se na rota do progresso.
Rodrigo Adão da Fonseca
24 Comments:
At 12:18 da manhã, Anónimo said…
Não acham engraçado que os grandes defensores do neoliberalismo estejam sempre a pedir menos intervenção social por parte do estado, mas, aos mesmo tempo, exijem que o Estado tenha uma função punitiva e autoritária mais acentuada. É de uma hipocrisia desmedida os neoliberais apresentarem-se como "liberais", que defendem a individualidade e a liberdade individual.
O neoliberalismo tem muito pouco a ver com o liberalismo, este defendia a concorrência justa e a liberdade individual, enquanto o neoliberalismo defende o papel das grandes empresas na sociedade, dos monopólios e dos oligopólios. Não querem mais liberdade ou igualdade, querem mais exploração e menos direitos sociais E CÍVICOS! Barafustam contra a Revolução Francesa, mãe do liberalismo e, pasme-se!, chegam a atribuir-lhe o Estado Social em momentos de particular demência, esquecendo-se que o Estado Social nasceu em resposta ao capitalismo neoliberal desenfreado, de incentivos massivos às grandes empresas, que culminou no crash da bolsa em 1929.
E queixam-se! Queixam-se que o Estado Social está falido. Pudera! Tudo Começou com Margaretes e Ronalds - e também Cavacos - que se empenharam em reduzir cada vez mais o papel do estado na economia. Realmente, um Estado que economicamente é neoliberal e socialmente socialista tem os dias contados (especialmente se exigir apenas 12% de impostos aos bancos).
E com esta desculpa esfarrapada de que o Estado não tem dinheiro, fingindo não saber o porquê, atribuem as culpas à função pública e aos trabalhadores por conta de outrém - esses sacanas que recebem pouco mais de 500 euros para trabalharem só 36 horitas e, ainda por cima, têm privilégios como o direito à saúde.
"Abaixo os direitos sociais! Só assim é que a economia evolui!" Resta saber é para quem...
At 12:54 da manhã, jcd said…
«o neoliberalismo defende o papel das grandes empresas na sociedade, dos monopólios e dos oligopólios»
Que alívio. Acabo de descobrir que não há neo-librerais em Portugal, excepto alguns no PCP que continuam a defender as grandes empresas públicas, os monopólios de estado e os oligopólios regulados.
At 1:22 da manhã, Anónimo said…
Ontem tive o cuidado de ver com atenção a entrevista realizada a Cavaco Silva. Depois num blog ligado a Mário Soares - se não me engano "propriedade" da Dr.ª Joana Amaral Dias -, o Professor Medeiros Ferreia escreve (mais ou menos isto) que "o primeiro grande vencedor desta pré-campanha foi a jornalista, Constânça Cunha e Sá". Nos debates que vi efectivamente a Dr.ª Cunha e Sá mostrou-se estar informada e de procurar ser "vedeta". Pelo menos foi esta a impressão que eu tive quando da condução da entrevista com o Professor Cavaco. Mas ele saiu-se muito bem e mostrou-se um verdadeiro "Homem de Estado" e, por isso, o único candidato que merece ser eleito.
Não vi a entrevista com o Dr. Soares. Preferi a Shakira...pelo menos é gira, e moderna...embora não deva perceber nada de política.
Vi a entrevista com Jerónimo de Sousa, onde, como sempre, nada se aproveita e vi a triste entrevista de Alegre....miserável!
Não vi Louçã....mas no fundo o que iria perder senão ouvir uma "cassete à la mode"?
Cavaco é de facto, apesar dos seus tradicionais problemas de expressão" a expressão do que deve ser o Presidente da República no país em crise (e que crise!!!).
At 1:28 da manhã, Anónimo said…
Cavaco diz que não pactua com a corrupção.
Curiosamente foi nos governos dele que surgiram os maiores corruptos nacionais, quase todos apoiantes da sua candidatura.
Ah, é verdade, ele estava a fazer crescer a economia e não deu por isso.
O homem também não pode ver tudo.
At 8:09 da manhã, Anónimo said…
Caro jcd, vamos falar a sério. O neoliberalismo priviligia o quê se não as grandes empresas? Por outro lado, explique-me de que maneira a intervenção do estado na economia, com o domínio total ou parcial de determinados sectores como a banca, a saúde, as companhias de água e electricidade, etc., pode influir de forma negativa na gestão e no desenvolvimento das pequenas e médias empresas.
Aliás, eu sou da opinião que estas empresas devem ser beneficiadas, mas o que o neoliberalismo defende são as regalias das grandes empresas, basta veres o exmemplo de Bush e das petrolíferas.
Abraços
At 8:56 da manhã, Miguel Noronha said…
"Cavaco diz que não pactua com a corrupção.
Curiosamente foi nos governos dele que surgiram os maiores corruptos nacionais"
Curioso. Pensei que tinha sido com os casos no governo Macau. Esta administração era da intereira responsabilidade do PR. No caso concreto, Mário Soares.
At 9:03 da manhã, Miguel Noronha said…
"Não acham engraçado que os grandes defensores do neoliberalismo estejam sempre a pedir menos intervenção social por parte do estado, mas, aos mesmo tempo, exijem que o Estado tenha uma função punitiva e autoritária mais acentuada. É de uma hipocrisia desmedida os neoliberais apresentarem-se como "liberais", que defendem a individualidade e a liberdade individual."
Penso que estará a confudir os anarquistas com o liberais minarquistas.
Os anarquistas é que defendem a ausência do Estado.
Os minarquistas defendem que ao Estado devem estar reservadas determinadas funções ("mínimas") na qual se inclui a manutenção da ordem pública.
Não defendem que um Estado fraco mas sim com funções limitadas.
...em plena consonância com o que defendiam os liberais clássicos.
At 9:05 da manhã, Miguel Noronha said…
"Barafustam contra a Revolução Francesa, mãe do liberalismo"
A revolução francesa é "mãe" não do liberalismo (o verdadeiro) mas do terror jacobino e dos totalitarismos.
Se procuram em revoluções a génese do liberalismo (existem outras origens) procure-as na "glorious revolution" inglesa e na revolução americana.
At 9:12 da manhã, Miguel Noronha said…
" Estado Social nasceu em resposta ao capitalismo neoliberal desenfreado, de incentivos massivos às grandes empresas, que culminou no crash da bolsa em 1929."
Talvez pudesse explicitar melhor o nexo de causalidade entre o "capitalismo" e o "crash de 1929" e a "grade depressão" que se lhe seguiu a fim de podermos discutir o assunto.
Vários autores credênciados colocam a causa do Crash no política monetária laxista do governo americano. Os loucos anos 20 foram alimentados por "dinheiro fácil". Algo que costuma ser defendido pela esquerda...
Já agora, adianto que a recessão mundial foi extremamente agravada pelas medidas proteccionistas tomadas por quase todos os governos no seguimento da crise monetária. Como deve saber o proteccionismo é uma da "bestas negras" do liberalismo...
Para terminar o New Deal não apenas solucinou como prolongou a crise. Se quiser forneço-lhe bibliografia sobre o assunto.
At 9:15 da manhã, Miguel Noronha said…
"Queixam-se que o Estado Social está falido. Pudera! Tudo Começou com Margaretes e Ronalds - e também Cavacos - que se empenharam em reduzir cada vez mais o papel do estado na economia."
Pensava eu que a redução do papel do Estado se devia ao reconhecimento que os serviços por este prestados são maus e, no entanto, mais caros que os mesmos fornecidos pela iniciativa privada.
Pensava também que a redução de impostos se tinha verificado por se reconhecer que os impostos altos impediam o crescimento económico.
Pelos visto estava enganado...
At 10:37 da manhã, jcd said…
«Caro jcd, vamos falar a sério. O neoliberalismo priviligia o quê se não as grandes empresas?»
O neoliberalismo não sei o que privilegia. Os liberais que conheço privilegiam a liberdade económica, em detrimento do proteccionismo que, esse sim, privilegia as empresas já instaladas.
«Por outro lado, explique-me de que maneira a intervenção do estado na economia, com o domínio total ou parcial de determinados sectores como a banca, a saúde, as companhias de água e electricidade, etc., pode influir de forma negativa na gestão e no desenvolvimento das pequenas e médias empresas.»
Em Portugal ninguém tem o domínio da banca. Da última vez que estive envolvido num concurso para um grande financiamento bancário, comcorreram doze instituições financeiras.
No outros casos que refere, ou há quase-monopólios públicos, ou oligopólios promovidos pelo estado. Tudo bastante socialista. Os liberais apenas pedem o fim das barreiras artificiais nos mercados, para que todos, pequenos ou grandes possam participar.
«Aliás, eu sou da opinião que estas empresas devem ser beneficiadas, mas o que o neoliberalismo defende são as regalias das grandes empresas, basta veres o exmemplo de Bush e das petrolíferas.»
Sobre neo-liberalismo, já todos percebemos que o André sabe muito mais do que eu.
O que defendo é que as empresas não devem ser nem beneficiadas nem prejudicadas e que o estado deve deixar de brincar aos negócios com o dinheiro dos contribuintes.
At 11:23 da manhã, AM said…
Caro RAF
Já o disse em tempos na caixa de comentários do Blasfémias e repito-o aqui:
Lamento que a constituição da república não permita a existência de associações que defendam ideais fascistas.
Lamento também que tenham ainda vergonha de assumir o vosso verdadeiro ideal.
(Apesar de eu achar que é verdadeiramente vergonhoso)
Essa limitação apenas leva a que tenham que se travestir de liberais, cristão-democratas e até de social-democratas, para defender o vosse verdadeiro ideal.
Assim nada mais natural que defendam a candidatura deste triste salazar recozido, entre loas à senhora de fátima (só vos falta o eusébio, a amália e o angola é nossa).
AMNM
At 12:25 da tarde, Anónimo said…
O quê? Angola já não é nossa?
At 12:27 da tarde, Anónimo said…
Agora a sério. RAF, excelente declaração de voto (melhor a primeira parte do que a segunda).
At 12:35 da tarde, Miguel Noronha said…
Pensava eu que o liberalismo e o fascismo eram incompativeis. Mas o AMNM lá sabe...
Talvez nos possa elucidar sobre o nosso "verdadeiro ideal".
Já quanto à constituição concordo em absoluto. Se a intenção era proibir associações com ideologias totalitárias deviam ter incluido os partidos comunistas.
At 12:55 da tarde, RAF said…
Caro AMNM,
Eu já percebi que, por mais que escreva, o meu amigo nunca vai perceber a diferença entre Liberalismo e Totalitarismos, que é uma dicotomia bem mais efectiva do que aquela que habitualmente nos é apresentada entre Direita e Esquerda.
Na verdade, a Direita e a Esquerda têm conseguido historicamente acomodar as mais diversas formas de organização totalitária. O Liberalismo enquanto doutrina está nos antípodas dos Totalitarismos, claramente estatizantes e limitadores das liberdades individuais (embora com diferentes configurações).
Eu percebo que o meu amigo se lamente pelo facto da «constituição da república não permit(ir) a existência de associações que defendam ideais fascistas». Admito que a esquerda que defende apreciasse esse facto. Mas olhe, se o que pretende é a concentração dos poderes, só precisa de votar em Mário Soares, que lhe fará o favor de se eclipsar dando o protagonismo e o poder a José Sócrates, que já demonstrou ter vocação para se assumir como monarca absoluto.
Ja agora, Se acha que eu tenho vergonha de me assumir como liberal, então o meu caro está a precisar de uns óculos, ou de nova graduação, porque não anda a ler direito os meus textos. Assim, além do Pingo Doce de Antunes Guimarães, recomendo-lhe os oculistas da Fonte da Moura. Tem mais do que um. É só escolher.
Rodrigo Adão da Fonseca
At 2:44 da tarde, AM said…
Caro RAF
O meu amigo sabe que eu sei perfeitamente a diferença entre Liberalismo e Totalitarismos.
O meu amigo percebeu perfeitamente o que eu quis dizer, mas, naturalmente, pretende esgrimir com palavras o que é claramente mais fácil de que com ideias.
Então, como admito que haja muitos dos leitores que tenham mais dificuldade em perceber, eu vou tentar ser ainda mais claro (se possível).
A minha tese é de que nem o RAF nem (muito menos?) a grande maioria dos que, actualmente, se pretendem auto-classificar como “liberais” são realmente liberais ou perto disso.
Antes pelo contrário são defensores dum totalitarismo de “direita” (seja lá o que isso for) a que, habitualmente se designa por fascismo (por falta de melhor terminologia que defina mais adequadamente a mistura de parolice e filha-da-putisse que caracterizou o regime vigente em Portugal durante o consulado de Salazar e se prolongou até ao 25 de Abril).
Como existe ainda algum pudor em assumir essa corrente de pensamento e, estupidamente, a nossa constituição não permite associações que defendam esses ideais, a imensa massa dos portugueses que se reviam nesse tipo de organização do estado tiveram que se espalhar pelos partidos que se dizem democratas-cristãos, sociais-democratas e até socialistas, de forma a tentarem ter acesso às mordomias que, por mérito próprio nunca alcançariam.
Alguns outros todavia ou não couberam dentro dos partidos ou verificaram que por essa via teriam dificuldades acrescidas em se fazer ouvir, dado os melhores lugares estarem já ocupados, então resolveram auto-intitularem-se de liberais, dado que o quadro partidário português ainda não se tinha apropriado dessa designação.
Vai daí, com o advento desta forma barata de comunicação que são os “blogs”, começam a difundir os seus ideais que mais não são do que as estafadas balelas “fascistas” (vide definição acima) ao que tentam colar o rótulo de “liberais”.
Nada mais falso, os vossos ideais nada tem de liberais, antes pelo contrário.
Já agora, apenas em jeito de brincadeira, se quiser (ou tiver coragem) poderia o RAF (ou outros “liberais”) responder a um pequeno questionário?
Quem foi, na sua (sincera) opinião o melhor primeiro-ministro português do século XX?
É a favor ou contra a liberalização da interrupção voluntária da gravidez?
É a favor ou contra a liberalização do “casamento” de homosexuais?
É a favor ou contra a possibilidade de adopção de crianças por famílias homosexuais?
É a favor ou contra a liberalização da comercialização e consumo de “drogas”?
Podem acrescentar mais perguntas (e respostas) à lista.
Diz o meu amigo RAF que percebe que eu lamente o facto da «constituição da república não permit(ir) a existência de associações que defendam ideais fascistas».
Não percebe RAF, mas se realmente fosse “liberal”, percebia e, como eu, lamentava.
Mas diz mais:
“Admito que a esquerda que defende apreciasse esse facto. Mas olhe, se o que pretende é a concentração dos poderes, só precisa de votar em Mário Soares, que lhe fará o favor de se eclipsar dando o protagonismo e o poder a José Sócrates, que já demonstrou ter vocação para se assumir como monarca absoluto.”
Agora é a minha vez de lhe dizer, o RAF não sabe (nem faz ideia) do que eu defendo, nem, muito menos, o que pretendo, mas tenha a certeza que não votarei em Mário Soares (nem em nenhum outro) e nada tenho a dizer em defesa de Sócrates (tirando o facto de ser melhor PM que o Barroso ou o Lopes, mas isso quase qualquer um seria…)
E termina:
“Se acha que eu tenho vergonha de me assumir como liberal, então o meu caro está a precisar de uns óculos, ou de nova graduação, porque não anda a ler direito os meus textos. “
Já todos perceberam que eu nunca achei (nem o escrevi) que o RAF tinha vergonha de se assumir como liberal, mas sim como “fascista” (vide definição supra) e que, por isso se disfarçava de liberal.
Agora quanto aos “oculistas da Fonte da Moura.” É evidente que, há anos, que sou cliente
Perdoe-me a sinceridade.
AMNM
At 3:21 da tarde, jcd said…
Caro AMNM, eu respondo ao seu inquérito, depois responde você ao meu:
Quem foi, na sua (sincera) opinião o melhor primeiro-ministro português do século XX?
Cavaco Silva
É a favor ou contra a liberalização da interrupção voluntária da gravidez?
A favor da liberalização, entendida como despenalização.
É a favor ou contra a liberalização do “casamento” de homosexuais?
Não temos nada a ver com as opções individuais de cada indivíduo.
É a favor ou contra a possibilidade de adopção de crianças por famílias homosexuais?
A possibilidade, sim. Regra geral, não. O direito que interssa proteger é o direito da criança e não o direito dos adoptantes. A opção deve ser feita, regra geral, por famílias com pai e mãe.
É a favor ou contra a liberalização da comercialização e consumo de "drogas"?
O consumo de drogas também é uma opção livre de cada cidadão. Note que num cenário de liberdade, não pode haver desculpabilização para crimes associados ao consumo de drogas: cada cidadão tem que ser inteiramente responsável pelas suas acções.
Agora sou eu, que também quero medir o seu grau de proclamado liberalismo:
1. Concorda ou não que dois cidadãos possam contratar livremente entre si os termos de um contrato de trabalho?
2. Qual é a sua opinião sobre taxas marginais de imposto sobre rendimentos superiores a 60%?
3. Concorda ou não que todos devem ter o direito a expressar as suas opiniões políticas, sejam elas divinais ou absolutamente palermas, e que a constituição não deve ter quaisquer limitações a este direito?
4. Concorda ou não que um qualquer cidadão deve ter a liberdade de poder comprar o que lhe apetecer a quem lhe apetecer, isto é, a qualquer outro cidadão deste mundo que partilhamos?
5. Acha bem que o estado tire dinheiro a um cidadão para o entregar a alguém muito mais rico?
Por agora chegam.
Saudações liberais
At 3:55 da tarde, Miguel Noronha said…
Pelos vistos o ANMN é capaz de discernir o que liberais (desculpem, os fascistas) realmente pensam. O inverso já não se aplica.
O dom da ominisciência apenas está reservado a alguns eleitos.
At 4:50 da tarde, AM said…
Caro JCD
Sem qualquer problema:
1. Concorda ou não que dois cidadãos possam contratar livremente entre si os termos de um contrato de trabalho?
Claro (sendo evidente que a palavra chave é "livremente" o que implica que exista uma relação de poder equilibrada entre ambos os cidadãos, o que apenas pode ser garantido desde que exista uma legislação laboral justa)
2. Qual é a sua opinião sobre taxas marginais de imposto sobre rendimentos superiores a 60%?
A opinião geral sobre impostos, ou seja, os cidadãos tem direitos (no sentido mais lato) que devem ser garantidos pela sociedade, ou seja pelo conjunto (mais ou menos alargado) de cidadãos.
Esses direitos serão, naturalmente, definidos de acordo com o patamar de riqueza da sociedade, no seu conjunto, sendo que deverá ser definido um conjunto mínimo (ou de sobrevivência).
Enquanto todos os cidadão não tiverem garantido esse mínimo, nenhum cidadão terá direito a mais do que esse mínimo. Sendo esta a medida elementar de justiça.
Para fazer face aos encargos da sociedade esta necessita de ter receitas.
Estas receitas serão provenientes de duas fontes:
Os resultados das actividades produtivas detidas pela sociedade (caso existam).
Os Impostos e taxas.
Apenas a análise de todos estes factores, no seu conjunto, permitirá fundamentar uma opinião sobre a questão colocada, ou seja
DEPENDE!
3. Concorda ou não que todos devem ter o direito a expressar as suas opiniões políticas, sejam elas divinais ou absolutamente palermas, e que a constituição não deve ter quaisquer limitações a este direito?
Claro, opiniões políticas ou quaisquer outras, nomeadamente opiniões sobre opiniões.
4. Concorda ou não que um qualquer cidadão deve ter a liberdade de poder comprar o que lhe apetecer a quem lhe apetecer, isto é, a qualquer outro cidadão deste mundo que partilhamos?
Assim em abstracto NÃO ! A fundamentação poderia ser muito extensa, mas é suficiente começar por dizer Só se estivessem garantidas condições de livre concorrência.
5. Acha bem que o estado tire dinheiro a um cidadão para o entregar a alguém muito mais rico?
É evidente que não, como qualquer um lhe responderia, mas já esclareci que o “estado” a que vocês se referem (o tal monstro) não existe, apenas PESSOAS.
Está bem assim ou quer com mais molho?
AMNM
At 4:52 da tarde, AM said…
"O dom da ominisciência apenas está reservado a alguns eleitos. "
Sábias palavras...
AMNM
At 7:22 da tarde, Anónimo said…
Caro AMNM,
A falar de "mínimo de sobrevivência" até parece o liberal Hayek a falar da safety net :)
O que eu gostaria de apontar é que taxas marginais de imposto de 60% só surgem quando:
1. O mínimo de sobrevivência é igual ou próximo do rendimento médio do país (falaríamos então em igualdade de resultados, independentemente do esforço de obtenção desses resultados - via aberta para o colapso)
2. O Estado se arroga o direito de atribuir a certas pessoas bem mais do que um mínimo de sobrevivência (ex.: muitos escalões de subsídio de desemprego ou, doutra perspectiva, muitos salários de gestores públicos de empresas falidas e que só existem "a bem da nação", na ausência de qualquer razão económica)
At 10:32 da manhã, Gabriel Silva said…
Citando um primeiro-ministro: "Bardamerda para o fascista".
Convém aliás recordar que esse mesmo PM, dois dias depois, determinou que o governo de um Estado passava à situação de "em greve". O sonho de qualquer anarquista. Fez esta semana 30 anos.
Inquérito alternativo:
1. O Estado tem prevalência sobre a vontade e interesses dos cidadãos?
2. Apenas na medida em que os interesses individuais sejam coincidientes com a vontade do Estado, esta deve ser respeitada?
3. O Estado é que define o que é o «bem comum"?
4. Deve o Estado proteger a todo o custo os "interesses nacionais"?
5. As empresas devem ter a sua actividade enquadrada nos "interesses gerais" do Estado?
6. O corporativismo é um forma de propriedade preferível à empresa privada?
7. Os trabalhadores devem participar na gestão e controle das empresas?
8. Só existem pobres porque existem ricos?
9. Quem é rico necessáriamente deve-o á exploração dos pobres?
10. Deve o estado conformar e moldar as vontades individuais com leis e valores, visando o "progresso"?
Em caso afirmativo, comparar com programa de um partido chamado "Fascio de Combatimento" que teve grande sucesso no início do século XX num país da europa meridional.....
At 12:55 da manhã, Anónimo said…
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