"O tempo é a única prova segura de tudo. Não só é o crítico mais severo; é o crítico recto e preciso. Ninguém pode julgar do valor disto ou daquilo num momento, porque só o tempo o pode fazer. O tempo dar-lhe-á o valor que merece (...) " Alfred Montapert
" (...) P-Que país deixou (Cavaco Silva) ? R- Com todos os erros, acabou por deixar um país mais moderno, mais igualitário e, apesar de tudo, um país um bocadinho mais preparado para se aguentar no mundo. (...) P-E o dr Mario Soares, nisto tudo? R- Não teve importância alguma. A história destes dez anos podia-se ter escrito sem uma única referência ao dr Soares, excepto pela dissolução da Assembleia da República em 1987. Eu suspeito mesmo que o dr Mario Soares gostaria que o dr Cavaco lhe sucedesse, para preservar o prestígio do cargo. Se lhe sucedesse uma nulidade, o papel na história do primeiro Presidente da III República ficaria automaticamente desvalorizado. Ao passo que uma presidência do dr Cavaco valorizava a presidência do dr Soares." * "(...) P- Conclusão do cavaquismo? R- Primeiro, as acusações que eu rejeito: que ele promoveu o compadrio, o clientelismo e promoveu o "Estado Laranja"; que misturou os negócios com a política. Esses são defeitos estruturais da sociedade portuguesa, que não podem ser atribuídos ao dr Cavaco. A nossa mais antiga literatura politica acusa todos os Governos do mesmo. Muito limitou ele os estragos. (...) " *
*entrevista de Maria João Avillez a Vasco Pulido Valente in Publico/Magazine, nº259-26.2.95
Há 10 anos, este era o pensamento de Vasco Pulido Valente. Hoje, apesar do fogo de artifício, não deve ser muito diferente. Por uma razão, trata-se, no essencial, de uma das suas análises lúcidas.
3 Comments:
At 5:58 da manhã, Anónimo said…
é tao pobrezinha a blogosfera que falam sempre do mesmo
At 6:04 da manhã, Anónimo said…
Xerxes era o todo poderoso convencido que a vitória estava ganha e foi derrotado pelos pequenos adversarios. Xerxes nesta história é Cavaco Silva.
At 12:23 da tarde, Anónimo said…
"O tempo é a única prova segura de tudo. Não só é o crítico mais severo; é o crítico recto e preciso. Ninguém pode julgar do valor disto ou daquilo num momento, porque só o tempo o pode fazer. O tempo dar-lhe-á o valor que merece (...) "
Alfred Montapert
" (...)
P-Que país deixou (Cavaco Silva) ?
R- Com todos os erros, acabou por deixar um país mais moderno, mais igualitário e, apesar de tudo, um país um bocadinho mais preparado para se aguentar no mundo.
(...)
P-E o dr Mario Soares, nisto tudo?
R- Não teve importância alguma. A história destes dez anos podia-se ter escrito sem uma única referência ao dr Soares, excepto pela dissolução da Assembleia da República em 1987.
Eu suspeito mesmo que o dr Mario Soares gostaria que o dr Cavaco lhe sucedesse, para preservar o prestígio do cargo. Se lhe sucedesse uma nulidade, o papel na história do primeiro Presidente da III República ficaria automaticamente desvalorizado. Ao passo que uma presidência do dr Cavaco valorizava a presidência do dr Soares." *
"(...)
P- Conclusão do cavaquismo?
R- Primeiro, as acusações que eu rejeito: que ele promoveu o compadrio, o clientelismo e promoveu o "Estado Laranja"; que misturou os negócios com a política. Esses são defeitos estruturais da sociedade portuguesa, que não podem ser atribuídos ao dr Cavaco. A nossa mais antiga literatura politica acusa todos os Governos do mesmo. Muito limitou ele os estragos.
(...) " *
*entrevista de Maria João Avillez a Vasco Pulido Valente
in Publico/Magazine, nº259-26.2.95
Há 10 anos, este era o pensamento de Vasco Pulido Valente. Hoje, apesar do fogo de artifício, não deve ser muito diferente. Por uma razão, trata-se, no essencial, de uma das suas análises lúcidas.
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