Dez Milhões de Imigrantes
OK, o receio de que os imigrantes deixem os portugueses em minoria não foi o momento alto de Cavaco no debate de sexta-feira. Louçã qualificou-o mesmo de "divertido". Mas o tema nada tem de divertido. Só um (mau) cómico não vê que a imigração constitui actualmente o maior problema das democracias europeias. Basta olhar lá para fora, como o Bloco tanto gosta de fazer. A segunda geração de imigrantes magrebinos a ferro e fogo nas ruas de França - é divertido? Os bombistas suicidas de Atocha, imigrantes legais e integrados em Espanha - divertem-no? Os bombistas suicidas do Metro de Londres, cidadãos britânicos filhos de imigrantes - arrancam-lhe um sorriso? Os confrontos ocasionais entre imigrantes de diversas etnias em Inglaterra - são hilariantes? O que se passa em Ceuta e Melilla - dá vontade de rir? Os centros de detenção italianos - fazem-lhe cócegas? O tráfico de carne branca (ou preta) para a prostituição e para a construção civil - será caricato?
Talvez sim, para quem tenha uma relação eternamente ambígua com o uso da violência e a própria democracia. O caso muda de figura para todos os que não frequentam os workshops de desobediência civil do Bloco. Até Soares disse hoje a um imigrante brasileiro que não podiam vir os seus 180 milhões de compatriotas para cá, ou Portugal afundava-se no Atlântico. Soares pode dizer isto, claro: com ele, todos os momentos são divertidos. 180 milhões... Ah ah ah! Pois, mas nem a grandeza dos números consegue disfarçar que a solução soarista não anda longe da cavaquista.
Talvez sim, para quem tenha uma relação eternamente ambígua com o uso da violência e a própria democracia. O caso muda de figura para todos os que não frequentam os workshops de desobediência civil do Bloco. Até Soares disse hoje a um imigrante brasileiro que não podiam vir os seus 180 milhões de compatriotas para cá, ou Portugal afundava-se no Atlântico. Soares pode dizer isto, claro: com ele, todos os momentos são divertidos. 180 milhões... Ah ah ah! Pois, mas nem a grandeza dos números consegue disfarçar que a solução soarista não anda longe da cavaquista.
Quanto a Louçã, não sabemos que solução quer (ou mesmo se quer alguma). Sabemos que admite o falhanço do multiculturalismo, mas não o que propõe em troca. Será o melting pot americano, o tal que produz o Katrina e outras injustiças neoliberais? Será uma sociedade onde os enchidos ocupem o lugar dos crucifixos, como sugeriu Ana Drago - talvez unindo nos prazeres da carne cristãos e ateus (mas não, lamento notar, judeus e muçulmanos)? Sobre isto, Louçã nada diz: diverte-se. A filha sorri (sai ao pai). O Nélson não sorri porque não pode jogar futebol federado sem a nacionalidade portuguesa, mas ele cita-o nos debates. Tirando esse pormenor, parece estar tudo bem no reino de Louçã.
Estará? Veremos quem ri no fim.
Não será ele, que não fica para ver. A filha e o Nélson que se arranjem.
10 Comments:
At 4:59 da manhã, Anónimo said…
o sr. pedro teve graça sim senhor... força PULODOLOBINHO! gostamos todos muito de vosselências!!!
agora a sério: bom blog.
visitem o meu: http//FranciscoLouçaParaPortoAlegre.blogspot.com/
At 5:00 da manhã, Anónimo said…
e já diz o povo: quem ri por último ri melhor.........
At 7:30 da manhã, Anónimo said…
haviam de perder as eleiçoes só pelos postes engraçadinhos neste blog. Nao fazem mais nada na vidinha
At 8:44 da manhã, Anónimo said…
Só uma nota: os judeus e os muçulmanos podem comer alheiras, que foram, aliás, criadas pelos primeiros.
At 9:45 da manhã, Pedro Sá said…
Farinheira sff :P
At 9:53 da manhã, Anónimo said…
Porque é que esse não foi o momento alto do Cavaco? Não percebi.
Caramelo
At 12:57 da tarde, ARD said…
Este tom bafiento e pretencioso com que, com um piparote, um manguelas qualquer, ilustre anónimo, se permite comentar desdenhosamente posições que são as de muito boa gente mais especializada do que este senhor, é bem cqavaquista.
Os problemas provocados pelas migrações existem mas as suas causas profundas não se compedecem com chavinismos à moda da Picheleira (que são os podem levar um gajo a bolsar uma como a dos "portuguese em minoria".
O Obikwelo e os netos dos comandos africanos não são portugueses?
Tenham vergonha na cara.
At 3:03 da tarde, Anónimo said…
O Sr. Prof. Cavaco Silva, talvez tenha sido infeliz com a sua afirmação sobre os imigrantes, mas não deixa de ter muita razão e muita gente o apoia, na terra onde vivo, neste momento, existem mais imigrantes de leste e brasileiros, que portugueses recenseados, e vivo só a 30 kms de Lisboa.
At 7:05 da tarde, Anónimo said…
Se aprovarem a nova lei da nacionalidade com inclusão de netos não vêm só os netos dos comandos mas muitos mais , mesmo muitos porque como se sabe o português não tem problema de cor quando se trata de mulher...
At 8:56 da tarde, ARD said…
"O português não tem problema de cor quando se trata de mulher..."
A brejeirice cavaquista em todo o seu esplendor.
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