CEE
Não precisamos de escutar as conversas privadas de ninguém:
«(...) A iniciativa tomada pelo antigo Primeiro-Ministro e grande personagem da política portuguesa, Aníbal Cavaco Silva, ele próprio um dos mais ardentes artesãos da construção europeia, é, pois, extremamente salutar.
(...)
O caminho percorrido por Portugal desde a sua entrada na União Europeia é particularmente impressionante - e a perspectiva de participar na UEM desde o início um sucesso indiscutível para este país cujo percurso desde a sua entrada na Comunidade Europeia é exemplar.
(...)
Na altura em que Portugal aderiu à UE, a sua economia estava marcada por importantes desequilíbrios estruturais e pela necessidade imperiosa de modernizar o seu tecido industrial. Há dez anos, Portugal sofria de uma taxa de inflação e de desemprego importantes. O mercado de trabalho era pouco eficaz e, do lado do capital, os mercados financeiros encontravam-se pouco desenvolvidos.
A situação sofreu mudanças incontestáveis desde 1985 e tem continuado a melhorar. Além dos seus méritos próprios, Portugal ilustra o êxito das políticas de coesão económica e social postas em prática, no âmbito do Acto Único, pelos «Pacotes 1 e 2».
(...)
Face às realizações constatadas, regozijo-me ter travado, com a ajuda de vários países entre os quais Portugal, a batalha por uma solidariedade maior entre regiões mais ricas e regiões menos desenvolvidas.
As empresas em Portugal atingiram níveis de crescimento de produtividade que rondam os 5% ao ano e o emprego aumentou 2,5% por ano.
(...)
...Levou o rácio do poder de compra em Portugal a aumentar de 50% em 1985 para mais de 70% em 1996, se o compararmos com a média europeia.
Entre 1986 e 1991, Portugal beneficiou de taxas de crescimento sucessivas de mais de 4%, ou seja, 1,5% acima das da média europeia. Este crescimento facilitou a realização das reformas estruturais de modo a tornar a economia portuguesa mais competitiva.
A performance é indiscutível: o desemprego baixou para 4% em 1991, apesar de a redução de 20% para 10% da população agrícola activa verificada entre 1985 e 1991 ter constituído um desafio suplementar em termos de luta contra o desemprego.
(...)
Cavaco Silva tem razão ao recordar, neste livro, até que ponto a União Económica e Monetária representava, acima de tudo, uma promessa para Portugal - uma promessa que foi cumprida graças ao seu próprio empenho, à sua perseverança e à sua assiduidade. Podemos felicitar todos os portugueses! (...)»
Jacques DELORS,
Antigo Presidente da Comissão Europeia
Presidente do Grupo de Estudos e Pesquisa «Notre Europe»
Paris, Setembro de 1997
(Prefácio do livro "Portugal e a Moeda Única" de Aníbal Cavaco Silva)
«(...) A iniciativa tomada pelo antigo Primeiro-Ministro e grande personagem da política portuguesa, Aníbal Cavaco Silva, ele próprio um dos mais ardentes artesãos da construção europeia, é, pois, extremamente salutar.
(...)
O caminho percorrido por Portugal desde a sua entrada na União Europeia é particularmente impressionante - e a perspectiva de participar na UEM desde o início um sucesso indiscutível para este país cujo percurso desde a sua entrada na Comunidade Europeia é exemplar.
(...)
Na altura em que Portugal aderiu à UE, a sua economia estava marcada por importantes desequilíbrios estruturais e pela necessidade imperiosa de modernizar o seu tecido industrial. Há dez anos, Portugal sofria de uma taxa de inflação e de desemprego importantes. O mercado de trabalho era pouco eficaz e, do lado do capital, os mercados financeiros encontravam-se pouco desenvolvidos.
A situação sofreu mudanças incontestáveis desde 1985 e tem continuado a melhorar. Além dos seus méritos próprios, Portugal ilustra o êxito das políticas de coesão económica e social postas em prática, no âmbito do Acto Único, pelos «Pacotes 1 e 2».
(...)
Face às realizações constatadas, regozijo-me ter travado, com a ajuda de vários países entre os quais Portugal, a batalha por uma solidariedade maior entre regiões mais ricas e regiões menos desenvolvidas.
As empresas em Portugal atingiram níveis de crescimento de produtividade que rondam os 5% ao ano e o emprego aumentou 2,5% por ano.
(...)
...Levou o rácio do poder de compra em Portugal a aumentar de 50% em 1985 para mais de 70% em 1996, se o compararmos com a média europeia.
Entre 1986 e 1991, Portugal beneficiou de taxas de crescimento sucessivas de mais de 4%, ou seja, 1,5% acima das da média europeia. Este crescimento facilitou a realização das reformas estruturais de modo a tornar a economia portuguesa mais competitiva.
A performance é indiscutível: o desemprego baixou para 4% em 1991, apesar de a redução de 20% para 10% da população agrícola activa verificada entre 1985 e 1991 ter constituído um desafio suplementar em termos de luta contra o desemprego.
(...)
Cavaco Silva tem razão ao recordar, neste livro, até que ponto a União Económica e Monetária representava, acima de tudo, uma promessa para Portugal - uma promessa que foi cumprida graças ao seu próprio empenho, à sua perseverança e à sua assiduidade. Podemos felicitar todos os portugueses! (...)»
Jacques DELORS,
Antigo Presidente da Comissão Europeia
Presidente do Grupo de Estudos e Pesquisa «Notre Europe»
Paris, Setembro de 1997
(Prefácio do livro "Portugal e a Moeda Única" de Aníbal Cavaco Silva)
6 Comments:
At 8:55 da tarde, Anónimo said…
Olha, outro!
At 8:57 da tarde, Anónimo said…
Vá lá, aparece muito num prefácio ao seu próprio livro...
Já, por exemplo, nas memórias da sua admirada Maggie Tatcher, foi um ar que se lhe deu, ao santo nome...
At 11:22 da tarde, Anónimo said…
Meu Caro Manuel Pinheiro
Quando Jaques Delors escreveu este prefácio ao livro de Cavaco Silva, naturalmente convidado por este, terá utilizado um discurso panegírico como é normal nestas circunstâncias, "et pour cause", vale o que vale.
Quando logo no início do excerto escreve:
"...A iniciativa tomada pelo antigo Primeiro-Ministro...Aníbal Cavaco Silva...ele próprio um dos mais ardentes artesãos da construção europeia, é pois extremamente salutar", torna-se necessário esclarecer dois pontos, a saber :
1) A que iniciativa tomada por Cavaco Silva se refere Jaques Delors ?
Se se refere a quem tomou a iniciativa de pedir a adesão à então CEE, então estamos conversados, pois a História não engana e para que conste foi Mário Soares, Primeiro-Ministro do I Governo Constitucional, sendo Medeiros Ferreira seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, quem pela primeira vez apresentou formal e oficialmente a sua adesão, numa altura em que havia muitos sectores da sociedade mais conservadores que punham em causa essa adesão.
2) Foi ainda Mário Soares, mais uma vez como Primeiro-Ministro do Governo do Bloco CentralPS/PSD quem dirigiu as negociações finais e finalmente assinou o acordo de adesão em cerimónia pública nos jardins do Mosteiro dos Jerónimos, com as peripécias muito conhecidas por parte de altos dirigentes do PSD, entre os quais avultava a figura de Cavaco Silva, que punham muitas dúvidas na bondade dessa adesão, e foi com muitas reservas e com algumas demarches diplomáticas pelo meio e nos bastidores, que após a assinatura do chefe do Governo Mário Soares, Jaime Gama então Ministro dos Negócios Estrangeiros e Hernâni Lopes Ministro das Finanças, apareceu quase que envergonhada a figura do Ministro Rui Machete, em representação do PSD.
Daqui se pode inferir que quando Delors considerou Cavaco um dos mais ardentes artesãos da construção europeia, deve ter deixado o Professor com as "orelhas a arder" de remorso, perante tanta bondade daquele que podemos considerar, esse sim sem qualquer dúvida, não um artesão mais ou menos ardente, mas o "Verdadeiro Artífice" da Construção Europeia.
Por muito que alguém queira modificar a História, ou reescrevê-la ao sabor das suas conveniências, o tempo é bom Conselheiro e o seu melhor Juiz.
E dos fracos não reza História.
At 3:29 da manhã, Anónimo said…
"A histeria sobre as presidenciais, quer-me parecer, atingiu os limites do suportável. Que se passa com esta gente? Que nostalgia é essa por eleições que ainda vêm longe, que não decidirão coisa alguma, que não passam de eleições decorativas, cerimoniais, corriqueiras? Estão com saudades de lixo na rua, cartazes à beira das estradas, bandeiras esvoaçantes, comícios, campanhas, tempos de antena, antevisões, noites eleitorais...? É disto que têm saudades? Calma, povo de Deus. O seu a seu tempo."
Pedro Lomba
Segunda-feira, Maio 12, 2003
isto soa mt mt mt melhor... ou não? Isto sim é uma citação de um Comissário Político da campanha do cavaco.
At 1:44 da tarde, Anónimo said…
Se o Prof. Cavaco Silva não for o próximo Presidente da República, mas qualquer um dos outros candidatos, o melhor será emigraramos todos.
Mas isso não vai, não pode, acontecer. Seria o sinal de que o País perdera definitivamente o juízo.
At 6:33 da tarde, Anónimo said…
Então que é feito do comentário do " Free Lancer " a este post do Sr. Pinheiro?
O lápis azul da Censura já chegou ao "Pulo do Lobo" ?
Ou será que nesta altura em que começa a sério a verdadeira campanha eleitoral só são aceites comentários dos "Yes Men" de Cavaco, quem sabe para dar a ilusão de que a onda cavaquista continua a encher?
E parece que conseguiram encher um restaurante en Grândola, sendo certo que um dos repórteres interrogou algumas pessoas presentes sobre os lugares onde tinham apanhado essa onda e as respostas foram eloquentes : Amadora, Lisboa, Barreiro, e imagine-se até, algumas delas eram de Grândola, logo, não tinham apanhado a onda, mas foram invadidas por ela, qual "tsunami Cavacal", mas com uma diferença em relação ao outro tsunami :
É que este não arrastou consigo os "Autocarros postos à disposição dos turistas que foram fazer ondas a Grândola", os quais puderam regressar às suas terras de origem sãos e salvos e de "barriguinha cheia e à borla", embora ainda um bocado enjoados porque isto de ter de cantar a "Grândola vila morena" em terra alheia e a contra-gosto, torna-se bastante indigesto.
Mas o pessoal deve ter perdoado a ousadia ao " chefe do protocolo" porque se tratou de uma boa causa e como a Televisão estava lá, quem vir a reportagem até fica a pensar que Grândola virou laranja(azeda).
São estas as malhas que os masters do Marketing tecem, para tentar enganar os papalvos.
E num destes últimos dias até já vimos Cavaco Silva dizer junto do Alqueva que tinha sido ele o responsável pela barragem, ontem em Setúbal desabafou uma inconfidência, enfim que não devia dizer, mas que tinha cá um palpite de que ia ganhar ali, agora invadiu Grândola com uma enorme onda (de autocarros), e tudo o mais que a seguir se verá. Definitivamente, Cavaco conquistou o Alentejo e o resto do país ...é já a seguir...é que é já a seguir!
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