California Boys
No debate entre Cavaco Silva e Jerónimo de Sousa, a imigração voltou ao poder. Pelo menos ao poder que lhe dão dois minutos de interesse no meio de uma conversa quase sempre superficial. Ainda assim, valeu a pena - permitiu clarificar a doutrina cavaquista, a tal que os inquisidores do politicamente correcto se preparavam para atirar à fogueira da xenofobia. Cavaco lembrou uma evidência que o Pedro Oliveira já tinha invocado no Super-Mário: nos próximos anos, a quebra demográfica da Europa tornará a imigração necessária para garantir a mera viabilidade da segurança social.
Não sei se o Professor anda a ler a concorrência às escondidas - embora o Pedro seja uma excelente desculpa -, mas desenganem-se aqueles que, depois do Salazar de Boliqueime, aguardavam lascivamente o Le Pen da Vila Mariani. Mais do que a defesa de uma mítica identidade nacional (isso fica para Alegre...), Cavaco insistiu que a questão decisiva é a integração dos imigrantes. Deve ser, pois que João Teixeira Lopes e outros sociológicos profetas já anunciaram várias vezes o apocalipse de Paris na Cova da Moura.
Uma profecia algo incompatível com o triunfal argumento, ontem usado por Joana Amaral Dias no DN e por Ricardo Costa na SIC, de que a fortíssima imigração é responsável pelo dinamismo económico da Califórnia. Ocorreu-me de imediato que, se tratássemos os nossos imigrantes com a flexibilidade californiana, Cavaco seria comparado, não a Salazar ou a Le Pen, mas ao Exterminador Implacável.
Uma profecia algo incompatível com o triunfal argumento, ontem usado por Joana Amaral Dias no DN e por Ricardo Costa na SIC, de que a fortíssima imigração é responsável pelo dinamismo económico da Califórnia. Ocorreu-me de imediato que, se tratássemos os nossos imigrantes com a flexibilidade californiana, Cavaco seria comparado, não a Salazar ou a Le Pen, mas ao Exterminador Implacável.
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