Preso Por Ter Cão
Manuel Alegre, homem do povo - tão do povo, tão do povo que até diz pá de vez em quando -, entende que os donativos recebidos por Cavaco reflectem a natureza "de classe" da sua candidatura. Já Jerónimo de Sousa, que tem a velha escola do realismo socialista e "orgulho em ser apoiado pelo partido dos trabalhadores", é mais concreto: "o povo que [Cavaco] tem na cabeça e que financia a sua campanha são os grandes grupos económicos e os banqueiros, não são os reformados ou os desempregados."
Se o homem de Boliqueime não recebesse donativos, ambos sentenciariam que a sociedade civil não quer nada com ele. Como recebe, aqui d`el-rei que ficou refém do capital.
Eu percebo o nervosismo: não é todos os dias que um "candidato da direita" faz parar o trânsito em Almada...
9 Comments:
At 6:35 da tarde, Anónimo said…
Se o trânsito parou foi porque as pessoas não sabiam se era "ele" ou o seu clone. Foi apenas o tempo necessário para se esclarecerem...
At 7:41 da tarde, Anónimo said…
Mas ele não é 'candidato da direita'! É certo que a direita -ou uma certa direita, a da 'outra senhora' - se 'agacha' atrás dele, como o fez com Mário Soares, no comício da Fonte Luminosa. Mas isso são 'ossos do ofício', e não se pega.
Por mim, a direita 'agachada' não merece qualquer espécie de consideração. E tanto eu como (suponho) o povo não confundimos o 'bébé' com a 'água do banho'.
Como é possível defender que Sócrates está 'in' e Cavaco 'out'? É uma contradição nos termos...
Vitor Correia
At 11:45 da tarde, Anónimo said…
Sobre o parar o trânsito em Almada tenho que informar os leitares deste blog que essa tal visita de parar o trânsito foi uma aldrabice pegada! Passo a explicar. Quarta-feira à tardinha está a minha pessoa a lanchar no café central da minha cidade quando reparo em dois senhores/mandatários/mandados/comparças/correlegionários, o que lhe quiserem chamar, que se encostam ao balcão e pedem para falar com o responsável. Posteriormente um vozeirão ergue-se do lado de lá do balcão e pergunta quem simpatiza com o PSD, sim PSD, e "gosta" do sr. Cavaco - por essa altura parei imediatamente o lanche e tomei atenção ao que se iria passar. Logo a seguir multiplicam-se os impropérios, ao que o dono do tal vozeirão pede a retirada do estabelecimento a quem não quisesse privar com o Dr. Cavaco e que não teria de cobrar nada pelo que consumiu, obviamente retirei-me e fiquei na rua a observar a entrada massiva de indivíduos que ocupam as mesas vazia, outros provêem do lado da Praça D´Almada ocupando a estrada e o passeio combinando como se vão manifestar quando "ele" chegar...
FOI DE PARAR O TRÂNSITO.... nunca assisti a coisa igual... Eu tinha a noção que a máquina da campanha eleitoral é engenhosa mas este cúmulo apanhou-me de surpresa! ah e gostava que não utilizassem o lápis azul
At 12:07 da manhã, Pedro Picoito said…
Estimados comentadores
1. A expressão "candidato da direita" é usada por Jerónimo de Sousa a sério e por mim ironicamente.
2. A expressão "parar o trânsito" vem no relato que o Público ou o DN, já não me lembro qual deles, faz da visita de Cavaco a Almada.
At 9:32 da manhã, Anónimo said…
Que estranho! A expressão vem no Público ou DN? Jornais independentes e imparciais com artigos escritos por tarefeiros à procura da próxima paragem? Com máquinas destas, aquelas que são fiananciadas por pessoas do povo, como cavaco afirmou, não é difícil. Basta pedir a um dos omnipresentes seguranças, marca pessoal do candidato ainda-não-presidente, para dar a vida por ele e colocar-se no meio da estrada. Garanto-lhe que aí o trânsito pára. Já agora, o Picoito não pode meter uma cunha junto do cavaco e informar-nos dos nomes dos financiadores desta "campanha humilde, do povo" que custa milhões. Será que alguns dos empresários portugueses, daqueles para quem uma empresa saudável é melhor que um funcionário saudável, agora são do "povo"?
At 10:51 da manhã, Anónimo said…
".... nunca assisti a coisa igual..."
Tem a certeza ou isso é só vaga ideia?
At 11:03 da manhã, Anónimo said…
Não só Cavaco é o candidato da direita como, apesar de todos os trejeitos e manigâncias é um candidato DE direita.
Não vale a pena tapar o sol com a peneira...
Claro que alguma direita não gosta de Cavaco (como alguma esquerda não gosta de Soreas); mas o Prof.Veríssimo Serrão, o Dr. Ribeiro e Castro, o Engº Belmiro e 2tutti quanti" não se enganam.
Porque é que têm vergonha em reconhecer-se de direita?A direita até pode ser respeitável.
Que complexos são esses?
At 1:09 da tarde, Anónimo said…
Sobre este post, dois comentários me ocorrem:
1)Sobre os donativos para a campanha presidencial :
É evidente que Cavaco Silva tem toda a razão quando afirma que a lei não o obriga a divulgar pùblicamente a proveniência dos mesmos antes das eleições presisenciais, e que apenas o fará depois do escrutínio popular perante o Tribunal Constitucional.
Mas perante o repto lançado pelo seu adversário mais directo nesta corrida Mário Soares, de que tornaria pública a lista dos seus apoios financeiros caso Cavaco Silva fizesse o mesmo,a recusa deste em o fazer torna-se no mínimo embaraçosa, para não dizer
até, bastante suspeita,porque como diz o povo na sua proverbial sabedoria:
"Quem não deve não teme".
2)Sobre mais uma "pérola" da sua já apreciável "colecção",que brota da mente brilhante de Pedro Picoito, quando afirma, embora segundo correcção sua, citando um jornal diário :" ...não é todos os dias que um candidato da direita faz parar o trânsito em Almada", bem que eu já desconfiava, pois quando vi a reportagem na TV pareceu-me ver entre os seus apoiantes as mesmas caras, as mesmas bandeiras e os mesmos "lances histéricos" que tinham inundado, qual "tsunami" ondulante, Beja, Évora, Alqueva, Grândola, Setúbal, etc, etc...
Nem D. Afonso Henriques, que invadiu aquelas terras pela primeira vez, faria melhor,
só que com um pequeno pormenor, que aliás faz toda a diferença:
D. Afonso Henriques transportava as suas tropas a cavalo e mantinha as posições conquistadas no terreno com a sua infantaria. Cavaco Silva transporta as suas tropas em autocarros, só que a sua infantaria em vez de permanecer nas terras "conquistadas" volta para os seus autocarros para "conquistar novas terras", deixando-as novamente e sempre à mercê dos infiéis(leia-se esquerda)
Mutatis mutandis, não obstante todas as dificuldades e falta de meios técnológicos ainda não existentes na altura, D. Afonso foi consistente, eficaz e fez História.
A "Conquista do Alentejo" na versão ficcional de Cavaco Silva, não passa de uma falhada tentativa de "remake" de um "filme" já muito revisto nos palcos televisivos das campanhas eleitorais, e por muito que os mestres do Marketing moderno se esforcem por criar novos cenários, é inevitável a sensação de "déja vu".
Eis aqui também, um dos motivos que pode e deve justificar(justifica mesmo?)o facto de a campanha de Cavaco Silva ser mais dispendiosa do todas as outras juntas.
Tal como em Roma, desde que o povo tenha pão e circo, está tudo bem!
" And the show must go on... "
At 10:57 da tarde, Pedro Picoito said…
Pois é, o buzinão, estava a esquecer-me. Mas agora é a favor do Cavaco. Isso é que algumas pessoas não engolem...
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