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"Soares, de forma autista, insiste em não o perceber. Dizer que a eleição de Cavaco Silva seria passar-lhe um cheque em branco, ou que ele não é um moderado, apenas dá vontade de rir. Pensar que com estas declarações se consegue desviar Cavaco Silva da sua estratégia é igualmente cómico. Soares, cada dia que passa, confirma cada vez mais que é um homem do passado."
Paulo Gorjão, Bloguítica
5 Comments:
At 7:31 da tarde, Anónimo said…
Conhece-se o Paulo Gorjão de gingeira.
Mas não sabia que ele precisava da sua boleia para entrar neste blog...
Fico muito admirado.
Foi uma falha do Lomba em não o ter convidado?
At 7:52 da tarde, Gaspar LDVS said…
'Cavaco explicava há dias - não garanto que por estas exactas palavras - que o país precisa de inovação, imaginação, ousadia e sentido do risco.
Nem mais: sabe sempre bem constatarmos que há alguma coisa em que concordamos com os nossos oponentes.
Porém, a ser assim, a gente pergunta-se se Cavaco se imagina a si próprio com essas qualidades.
Inovação? Há quantas décadas terá ele inovado pela última vez, nem que fosse só ao nível do discurso?
Imaginação? Bom, bom, cuidadinho para não sair asneira...
Ousadia? Tal como, por exemplo?...
Sentido do risco? Teremos o mesmo dicionário?
Inovação, imaginação, ousadia e sentido do risco - eis, pois, o que recomenda o professor Cavaco. Que é como quem diz: votem Soares'
- João Pinto e Castro
At 12:12 da manhã, António Viriato said…
Exprimi, há pouco, uma opinião convergente com esta, num blogue de alguns social-democratas ainda não completamente desistentes ( http://contundente.blogspot.com ).
Contudo, se a vitória de Cavaco parece assegurada, salvo um cataclismo de última hora ou erros próprios monumentais, absolutamente imprevisíveis, deveriam os que se congratulam com esse facto pensar no que virá a seguir.
Sócrates continuará PM, senhor de uma maioria absoluta. Veremos se esta abrirá fracturas com a discussão da responsabilidade da eventual derrota de Soares. Se ela se mantiver coesa, Sócrates terá anulado, de vez, mais uma facção interna, a Soarista, sem Chefe, nem sucedâneo.
Entretanto, o PSD de Marques Mendes não convence, não suscita entusiasmo, não se clarifica, hesitando entre o neo-liberalismo económico-social e uma vaga, muito vaga social-democracia, sem expressão social, sem presença no mundo do trabalho.
Permanece sem representação política adequada, consequente, uma grande faixa de eleitorado, politicamente moderada, trabalhadores por conta de outrem, na esmagadora maioria, para quem o PSD não tem sequer discurso perceptível, vide última entrevista de MMendes ao Expresso.
Neste impasse, seria de toda a utilidade uma clarificação política.
Aos defensores do neo-liberalismo económico e social deve reconhecer-se-lhes toda a legitimidade em afirmar e propugnar as sua teses, as suas soluções para o País, mas já não terá sentido que estes o façam dentro, a partir, de um Partido que se intitula social-democrático.
Subsiste aqui um espaço de equívoco permanente, que prejudica o eleitorado, confundindo-o politicamente.
Nada disto foi ainda debatido por quem deveria fazê-lo, e a vitória de Cavaco, só por si, não promove a desejada clarificação entre social-democracia e neo-liberalismo económico, social e político.
Quando terminará, então, este nocivo equívoco político ?
At 10:48 da manhã, Anónimo said…
Há coisas que não entendo.
- Uma delas é que certos comentadores, em vez de comentarem o "post", atiram-se ao "postador";
- outra é quando escuto o m.s.(com letra minuscula) referir-se a Cavaco Silva, dir-se-ia que está a falar de um deliquente, chefe de máfia ou, quem sabe, do personagem principal do livro do Mateus.
At 12:17 da manhã, Anónimo said…
O João Gonçalves sabe perfeitamente que as declarações de Mário Soares fazem parte da sua estratégia para tentar fazer com que se veja "O Pulo do Lobo", isto é que Cavaco Silva saia da sua "toca profunda" de silêncio, aqui e além salpicado com algumas declarações genéricas, banalidades vácuas, que informam a sua estratégia idealizada pela sua entourage.
E parece que está a dar alguns resultados, pois joão gonçalves e outros comentadores cavaquistas começam a andar um pouco nervosos com a possibilidade de o "velhote, que é um homem do passado", passar a perna a um "professor" que fala ex-catedra do alto da sua sapiência em matéria de economia moderna, leia-se neo-liberalismo.
Admitamos por hipótese académica, que Cavaco ganha as eleições.
Isto poderá significar para a Direita uma vitória de Pirro, isto é, pouco proveito lhe poderá trazer, daí não serem dispiciendas as naturais preocupações expressas pelo António Viriato a este propósito.
Na realidade se eu fosse social-democrata, partilharia das mesmas preocupações, não só por tudo o que ele muito bem explica, mas e sobretudo porque me parece que ideologicamente há uma grande indefinição no principal partido que apoia Cavaco, o PSD.
E curiosamente; Mário Soares, que é uma velha raposa, já fez notar que Dreita se encontra "artificialmente " unida em torno de Cavaco, apenas por pragmatismo e interesse circunstancial, mais parecendo nesta altura um "Albergue Espanhol", onde cabem os socias-democratas, centristas, direitistas e outros "artistas.
Mas depois das eleições, mesmo com Cavaco a Presidente, o que será da Direita com uma maioria absoluta do PS no Governo e um P. Ministro que já foi social-democrata na juventude e que parece que continua a perfilhar a mesma ideologia ?
Volto a repetir : Poderá ser para a Direita uma vitória de Pirro.
Pelo menos foi o que me segredou ao ouvido uma pitonisa de Delfos !
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