O Argumento Qualitativo
Discordo frontalmente da teoria que argumenta que a influência de um Presidente face ao actual momento resultaria de um aumento, ou de uma interpretação abusiva, dos seus poderes tal como estão constitucionalmente definidos; no fundo, da tese da presidencialização do regime.
A questão deve ser colocada, na minha opinião, de forma estruturalmente diferente. A influência, se tida como positiva, de um Presidente derivaria de 3 aspectos de igual importância:
1. Qualidade do diagnóstico
2. Consciência das reformas necessárias
3. Definição da natureza da influência e do exercício dos poderes presidenciais face a 1. e 2.
Se é verdade que poderíamos continuar a dissertar imenso à volta da qualidade do diagnóstico e das potenciais soluções preferidas por cada candidato, e isso seria um tremendo argumento a favor de Cavaco, é no ponto 3. onde julgo existirem alguns equívocos de análise.
Argumenta-se então que o Presidente tem um conjunto de poderes bastante restritos e que a sua capacidade real de influência é marginal, pelo que apenas ultrapassando em larga medida o que constitucionalmente lhe seria permitido poderia aumentar o seu impacto.
O meu ponto é precisamente o inverso. O sucesso e, de certa forma, a abrangência do mandato do próximo Presidente resultará sobretudo do reconhecimento e rigoroso respeito pelos poderes presidenciais tal como são compreendidos hoje: limitados. Contraditório?
«os meios ao dispor da instituição para o exercício do seu poder reduziram-se muito. Isso não impediu, no entanto, que o seu efeito se tenha tornado mais forte que nunca.
Para isso contribuíram decisivamente as características de Greenspan e a forma como soube usar o poder da informação de que dispunha, ímpar tanto em qualidade como em quantidade. A sua forma oracular de comunicação teve uma importância fundamental na influência que exerceu, mas o que sobretudo o caracterizou foi a capacidade de interpretar sem preconceitos um extraordinário volume de informação e de comunicar com enorme rigor as suas conclusões.»
«A contradição interessante que resulta desta análise é a que leva a concluir que o real exercício do poder e da influência não é o que advém dos instrumentos de que se dispõe, mas sim da capacidade de reconhecer e identificar as suas restrições e de saber usá-la com vista a influenciar o enquadramento que limita o próprio exercício do poder. »
É neste tipo de enquadramento e exercício de poderes que acredito que Cavaco poderá encaixar, mas não basta. O meu voto em Cavaco deriva ainda da qualidade do seu diagnóstico e da sua consciência da necessidade de reformas - e quais reformas. Acredito que Cavaco saberá colocar o Palácio de Belém como um elemento catalisador das mesmas, e que será uma referência de rigor e exigência, com critério, o que implica selectividade das causas, estudo, silêncio e escolha adequada do momento das intervenções.
«Happy families are all alike; every unhappy family is unhappy in its own way.»
4 Comments:
At 11:29 da manhã, Anónimo said…
Cavaco Silva estará velho demais para ser presidente? Responda e ganhe um bolo-rei.
At 3:28 da tarde, Anónimo said…
Quando Cavaco Silva apresentou a sua candidatura, os seus adversários políticos e a generalidade dos analistas e media, concluíram que o seu programa pecava por se assemelhar a um programa de governo, tal era a vastidão da matéria abarcada.
Uns dias mais tarde, Cavaco Silva foi claríssimo quando afirmou que na sua opinião o Presidente da República não se deve limitar a ouvir, numa resposta, inconfundivelmente, dirigida a Mário Soares.
Nas entrevistas que vem concedendo aos mais diversos media, vem sendo bastante explícito quanto à forma como, caso seja eleito, pretende exercer a sua magistratura, inclusivamente, salientou a forma original como pretende utilizar o veto presidencial.
Quanto a mim, os seus esclarecimentos têm sido mais que suficientes para entender a forma como pretende exercer o seu mandato. Lamentavelmente, o mesmo não posso dizer dos outros candidatos que, ou se limitam a reafirmar que Cavaco Silva não fala, ou a trocar “mimos” pouco dignificantes entre eles… e pouco mais. Por isto, não me espanta que se façam desentendidos quanto às ideias que Cavaco Silva vem defendendo publicamente. O que me espanta, é a evidente falta de argumentos políticos que Soares, Alegre, Jerónimo e Louçã vêm dando mostras diariamente.
Em comparação com os outros candidatos, talvez Cavaco Silva fale um pouco menos, mas vem dizendo muito, muito mais.
At 9:07 da tarde, André Carvalho said…
Falar muito e não dizer nada
Entrevista Rádio Renascença (RR) com Louçã aqui;
Entrevista RR com Jerónimo aqui;
Entrevista RR com Soares aqui;
Entrevista RR com Alegre aqui;
Entrevista RR com Cavaco aqui.
Como é evidente nestas entrevistas a todos os candidatos na RR, o único candidato que passou a entrevista a pronunciar-se acerca da forma como pretende exercer o seu mandato presidencial, caso seja eleito, foi Cavaco Silva. Todos os outros, passaram 99% do tempo a falar de Cavaco Silva ou a trocar “mimos” com os outros candidatos.
Eles falar, até que falam bastante, o problema, é que não dizem nada…
At 1:00 da manhã, Anónimo said…
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