Irresponsabilidade
Mário Soares afirmou ontem que se estavam a passar "coisas muito estranhas" na Justiça portuguesa, como as "escutas telefónicas que não se sabe quem as autoriza".
Ou sabe mais do que nós e é sua obrigação denunciar os factos de que tem conhecimento. Ou não conhece a lei: nesse caso recomenda-se a leitura do Código de Processo Penal.
Mas é provável que seja apenas mais um comentário irresponsável e superficial, vindo de um ex-Presidente da República, que quer voltar ao cargo, e não prescinde de enviar uns recados que afundam ainda mais o sistema.
10 Comments:
At 6:59 da tarde, Anónimo said…
Anda um gajo pelos gabinetes do Durão a servir cafés durante dois anos e nem um convite para escrever aqui recebe. Para a próxima, não implorem. Aviso já que não aceito.
At 7:15 da tarde, Anónimo said…
O sr. Marcelo não diz coisa com coisa. Se Mário Soares se manifesta preocupado exactamente por não saber quem ao certo autoriza as escutas, que factos é que o sr. Marcelo queria que ele denunciasse? A denúncia é, precisamente, a falta de transparência na autorização das escutas. Depois - pergunto - qual é o problema de um ex-presidente querer voltar a sê-lo? A lei permiti-o e há quem o apoie. Perante isto, qual é o problema, sr. Marcelo? Finalmente: essa dos recados também não se percebe. Ao manifestar preocupação pelo facto de em seu entender haver pouca transparência na autorização de escutas, Mário Soares está a dar um "recado"? A quem, sr. Marcelo?
At 8:45 da tarde, Anónimo said…
Sr. João Simão lembro que o Dr. Mário Soares também disse, passo a citar: "fizeram-se juízos públicos e acusaram se pessoas de pedofilia e depois provou-se que estavam inocentes quem é que indemniza estas pessoas?" provou-se que estavam inocentes? você pergunta e eu tenho todo o prazer em responder, o mal de um ex. Presidente querer voltar a sê-lo, é um atentado a renovação saudável que todos os cargos necessitam, acha sinceramente que Mário Soares traz alto de melhor para o país? Diga-me dois ou três pontos apenas, que já ficaria satisfeito, já agora aproveito e deixo duas perguntas, será que o Sr. João esqueceu as palavras do Dr. Soares quando diz: " seria um erro brutal" quando se refere a sua recandidatura a presidente da república? E quanto a segunda, será que o que está em discussão não e o melhor para o pais, mas sim a luta esquerda direita? Ainda a pouco ouvi o Sr. Alegre dizer que "é preciso a esquerda n atacar a esquerda para vencer a direita"
dica: nem os Fantastic Four (Alegre Soares Sousa e Louça) conseguiram vencer o Cavaco quanto mais o Super Mário.
Os melhores comprimentos
O inconcusso
http://oinconcusso.blogspot.com/
At 11:24 da tarde, Harry Lime said…
Boa noite,
Cheguei aqui hoje pela primeira vez. Gostei do que vi e do que li apesar de ainda não não me ter decidido.
Gosto especialmente de terem tido a coragem de disponibilizar comentários aos vossos posts (algo que a concorrência não teve a coragem de fazer).
At 12:15 da manhã, Anónimo said…
Vejam a ordem como colocaram os links para os sites dos candidatos presidênciais no Blog do Super Mário
1º Mário Soares
2º Cavaco Silva
3º Francisco Louçã
4º Jerónimo de Sousa
5º Manuel Alegre
Mais palavras para quê ;)
At 1:07 da manhã, Arrebenta said…
GRANDE ENTREVISTA DE CAVACO SILVA A KATIA REBARBADO D'ABREU (4ª Parte) - "As Finanças de Seda do País de Tanga"
(Continuação)
K.R.A – Do seu ponto de vista, Professor, quando se inicia o período da “Economia Medíocre”?...
C.S. -- … bom… vejamos (bebe um copo de água)
K.R.A. – Posso ajudá-lo? Com o Eng. Sócrates, não foi, de certeza, porque só leva 9 meses de governação. A verdade é que, quando Durão Barroso diz que o país “está de tanga”, certamente já se estava a referir a algo parecido com economia medíocre, porque um país de sólida economia, rapidamente recuperaria do ponto de vista financeiro público...
C.S. -- … sim… é uma evidência.
K.R.A. – Poderá dizer-me que a culpa foi do período em que António Guterres ocupou o cargo de Primeiro-Ministro
C.S. – Minha senhora, eu sou candidato presidencial, não sou um político profissional, e um dos meus compromissos para com os Portugueses foi, justamente, o de não vir aqui dizer mal de ninguém, portanto, também não virei aqui dizer mal do período do Eng. António Guterres…
K.R.A. – Então, compete-me a mim dizer-lhe que só sobram os dez anos em que o Professor foi Primeiro-Ministro de Portugal para situar, cronologicamente, o começo da Economia Medíocre!...
C.S. – A senhora, sabe, por acaso, quanto crescíamos ao ano, durante o período em que governei Portugal?... Mais de 4%, minha senhora, mais de 4%!...
K.R.A. – … com “deficits” e taxas de desemprego de 9%, com um agravamento brutal do fosso entre ricos e pobres, com o aumento da exclusão, com a generalização de fenómenos sociais, como os salários em atraso, as chamadas “greves patronais”, as falências fraudulentas, e sem punição, a multiplicação dos processos sub-reptícios, que permitiam a uma empresa fechar portas hoje, colocando no Desemprego centenas de trabalhadores, para logo no dia seguinte, reabrir ao lado, onde a mancha de miséria do Vale do Ave e da Península de Setúbal chegou ao extremo, onde mães de família eram lançadas para a berma da estrada, para se prostituírem, como única fuga possível à miséria, onde encerraram empresas emblemáticas, como a Fábrica de Cristais Irmãos Stephens, que durava desde o tempo do Marquês de Pombal, a célebre C.U.F., que datava do mais longo período de estabilidade política português, o do Dr. Salazar, e mais dezenas e dezenas de outras que não poderíamos enumerar aqui…
C.S. -- … minha senhora…
K.R.A -- … e tudo isto, com uma permanente injecção financeira, propiciada pelos Orçamento folgado do Estado, pelo dinheiro proveniente das privatizações, e, acima de tudo, dos Fundos Estruturais, que, em grande parte desapareceram, sem deixar rasto, ou deixando rastos duvidosos, como a proliferação de carros topo de gama, de barcos e aviões de recreio, de casas de gosto duvidoso, de moradias com piscina, de contas abertas no estrangeiro, de circulações de capitais por tudo o que era “off-shore”, por um escândalo tal, na Bolsa de Valores, que o próprio Professor foi chamado a intervir, de modo a que não se tornasse pública a operação de branqueamento que ali diariamente se processava, e não chegássemos a uma situação de colapso próxima do Grande “Crash” de 1929. E tudo isto, muito alegremente, com os Portugueses a presenciarem, a cada dia passado, que os dinheiros enviados pela União Europeia eram esbanjados e espalhados por todo o tipo de canais de circulação. Deixe-me dizer-lhe, Professor, que quem analisasse seriamente este período, lhe poderia dizer que a sua especialidade doutoral não seriam as Finanças Públicas, mas, sim, as Finanças Privadas…
C.S. –- Minha senhora, deixe que lhe diga que agora, passados dez anos, eu próprio não terei dificuldade em me pronunciar, dizendo que terá havido alguns excessos nesse período... Todavia, e como acho que devo serenar os Portugueses, e fazê-los voltar a acreditar, porque os Portugeses devem acreditar, e devem voltar a ter confiança no futuro, e devem estar certos que, comigo na Presidência, voltará a haver um rumo e uma expectativa nacionais, devo dizer-lhe, como em tempos respondi a um seu outro colega da Comunicação Social, que me interrogava sobre o hipotético desvio de Fundos, que eu nada sabia disso, mas que de uma coisa estava certo: é que continuavam em Portugal. É fácil criticar a melhor ou pior aplicação dos Fundos Estruturais, eu poderia mesmo dar uma aula, ou escrever um livro sobre isso, agora, do ponto de vista da minha análise positiva, uma coisa é certa, esses Fundos, uma vez vindos para Portugal, ficaram mesmo nas mãos de Portugueses, e eu nunca poderei ser acusado de os ter distribuído, de alguma forma, mesmo que inconscientemente, por outros povos, sei lá, minha senhora, sei lá, pelas mãos de Espanhóis, de Franceses, ou de Ingleses, por exemplo…
K.R.A. –- Acabou por o fazer a seguir, quando, não renovado, não preparado para a competitividade, ou, simplesmente, destruído, o tecido empresarial, obrigou os Portugueses a importar a maior parte do que consomem. O desequilíbrio da Balança Comercial mostra como hoje, dez, ou vinte anos passados, grande parte do dinheiro que deveria ser investido para desenvolver o nosso país, se some imediatamente, no fluxo de pagamento das importações. É um facto que o período em que o Professor foi Primeiro-Ministro se caracterizou, justamente, por uma concentração desse Fundos em mãos portuguesas, mas nalgumas, poucas mãos…
C.S. – Minha senhora, objectivamente, costuma dizer-se que, no meu tempo, entrava em Portugal um milhão de contos por dia. Um milhão de contos, dividido por dez milhões de Portugueses, dava, por alto, cem escudos, dos antigos, a cada um... Ora..., a senhora tem consciência de que ninguém poderia viver, mesmo naquele tempo, com cem escudos por dia... Julgo que foi uma opção inteligente, e deixe-me dizer-lhe que não me arrependo, aliás… digo-lhe mesmo que o voltaria a repetir, hoje em dia… julgo que foi uma opção inteligente ter dado um pouco mais a quem manifestava alguma iniciativa, optando por dar, digamos…, um pouco menos… a quem não manifestava qualquer tipo de dinâmica, e acabaria por esbanjar esses recursos precisos em operações sem qualquer impacto na Economia ou no Mercado Financeiro, como seria o de um cego consumir, que, infelizmente, nos continua a caracterizar…
K.R.A. – Explica assim o aparecimento súbito, e do nada, de instituições bancárias, que vieram alterar por completo o panorama financeiro português?...
C.S. – Alterar, e bem, na minha óptica… Atente-se, por exemplo, no Banco Comercial Português, minha senhora, seja de que ponto de vista o observe, ele é um exemplo positivíssimo, o exemplo de uma iniciativa privada, que, em menos de duas décadas, se transformou na instituição financeira mais sólida de Portugal…
K.R.A. -- … e recentemente, como deve estar recordado, ligada a uma suspeita de branqueamento de capitais… Como encara, Professor, a suspeita de generalizado branqueamento de capitais que paira sobre grande parte dos fluxos financeiros portugueses?...
C.S. –- Posso dizer-lhe que discordo profundamente da expressão “branqueamento de capitais”… aliás… (faz uma careta e bebe um copo de água) posso adiantar-lhe, em primeira mão, que, quando, como espero, for eleito Presidente da República, uma das primeiras coisas que farei será endereçar ao Governo de então…
K.R.A -- … ao Governo do Eng. Sócrates, portanto…
C.S. -- … esse, ou qualquer outro, que possa estar em funções, o pedido para a elaboração de um Livro Branco sobre o… enfim, chamado “branqueamento de capitais”, com o pedido expresso, e urgente, de que essa expressão alarmista seja retirada do léxico corrente da Comunicação Social. Não entenda isto como uma lição, veja simplesmente como fica mais bonito, e eu prometo aqui isso aos Portugueses: erradicar a expressão “branqueamento de capitais” e substituí-la por uma outra, muito mais dentro da nossa linguagem de Finanças Públicas, que é a de Circulação de Capitais de Origem Difusa, ou Indeterminada. Vê como fica imediatamente mais bonito?...
(continua)
At 1:18 da manhã, WatchMan said…
É evidente que o maior responsável pela degradação económica do país e pela pior gestão financeira em tempos de vacas gordas tem de voltar ao comando agora de Portugal, mas sentado noutro trono que ainda não experimentou.
É evidente que os outros Drs. que se candidatam não servem, pois seria pedir demais aos Portugueses.
É evidente que obscuras razões levaram uma pessoa de 81 anos a candidatar-se, para além do receio de entregar o poder ao resquício de salazarismo encapotado que o Dr. Tabú tem demonstrado ser.
É evidente que para uma pessoa avessa à esquerda democrática, esclarecida, plural, interessada, a única e óbvia alternativa é colocar no Poder o Dr. Silva!
É evidente.
É pelo menos vidente.
Poderá não ser verdade daqui por 2 meses...
Assim espero!
At 1:38 da manhã, dfrodrig said…
Falta o link do candidato Luís Botelho Ribeiro na lista de links do blog.
http://www.botelhoribeiro.org
Continuação de boas discussões políticas.
At 1:56 da manhã, Anónimo said…
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At 1:20 da tarde, Anónimo said…
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