As Regras do Jogo
Existem poucos aspectos na forma como Cavaco Silva tem gerido a sua candidatura que mais me agradem do que os espaços de silêncio que o próprio impõe entre as várias intervenções.
Compreendo a ansiedade de quem vê com impotência o tempo fugir-lhe entre as mãos, e tente freneticamente aproveitar todos os abençoados segundos que nos separam do dia 22 de Janeiro para inverter a predisposição dos portugueses em votar maioritariamente Cavaco.
Mas a verdade é que tanto a impaciência como a insinuação provocatória não têm feito especial eco no julgamento político dos cidadãos e ainda menos na agenda de Cavaco, que parecem convergir na valoração da qualidade em prol da quantidade. O que não deixa de ser boa notícia e parece manter o padrão nacional, ou não fosse esse o caso e já há algum tempo viveríamos em regime de partido único do Bloco de Esquerda.
Tudo bem, mas não deixa de ser paradoxal e revelador das verdadeiras intenções tacticistas, que o alegado silêncio de Cavaco seja criticado pelas mesmíssimas pessoas que já tinham o seu voto decidido e a sua participação determinada em várias campanhas de outros candidatos, ainda antes de Cavaco anunciar a sua candidatura. Aparentemente, o alegado silêncio de Cavaco disponibiliza informação suficiente para determinar o voto e a participação contra e/ou em prol de outros candidatos.
Esta é a contradição original dos críticos dos alegados silêncios ou reservas de Cavaco. Alega-se que não fala, que não gosta do jogo democrático e estamos quase na fronteira da acusação de que não gosta de pessoas. Mais alguma coisa? Pois bem, esta pessoa foi, recordo, candidata à Assembleia da República, Ministro das Finanças, Primeiro-Ministro, e é agora candidato a Presidente da República pela segunda vez. A mesmíssima pessoa que foi tantas vezes, nos intervalos do exercício de cargos políticos, conferencista e interventor em jornais e livros sobre a situação política e económica.
Qualquer tentativa de colar a Cavaco a imagem de alguém que não aceita as regras do jogo democrático é soterrada pela evidência. O mesmo para os alegados silêncios, como se não fosse pela força das suas ideias que tantas vezes recebeu o voto popular, como se não fosse a força das suas ideias e a qualidade do seu diagnóstico que tanto interesse desperta nas pessoas mesmo quando não desempenhava qualquer cargo político/partidário. Como se não fosse a força das suas ideias a causa dos números expressos, para desespero de alguns, nas sondagens. E como parece que as suas ideias não são passadas telepaticamente, existe aqui um missing link no argumentário dos críticos.
Face a isto, está então tudo dito e podemos arrumar a tenda? Não, embora os aspectos estruturantes dos vários candidatos sejam já conhecidos dos cidadãos. Mas é também a forma como comunica que distingue Cavaco, e é um estilo que espero mantenha caso seja eleito Presidente. Ontem, como hoje, Cavaco estuda e fala com consciência da e para a consequência. Não é desejável que os discursos do Presidente (neste caso do candidato) tenham como referência a inconsequência. Quando Cavaco fala, os cidadãos ouvem. Como ouviam com atenção os agentes da bolsa quando Cavaco lançou um alerta, e como ouvem hoje os candidatos presidenciais, deixando-se filmar a ouvir e a tirar notas do discurso de Cavaco.
É este cruzamento entre a qualidade, transparência das ideias e escolha adequada dos momentos de intervenção que fazem de Cavaco um excelente candidato a Presidente. A palavra é um dos mais importantes instrumentos do Presidente, e nem o próprio nem o país devem correr o risco de esta se banalizar e, assim, retirar-lhe poder e influência.
Acusar Cavaco e, por consequência, os seus apoiantes e eleitores de não respeitarem o jogo democrático é algo que desqualifica quem o faz.
Felizmente, perante a dimensão da evidência, não há ministro da informação iraquiano que a consiga apagar. Por mais vezes que o repita.
Compreendo a ansiedade de quem vê com impotência o tempo fugir-lhe entre as mãos, e tente freneticamente aproveitar todos os abençoados segundos que nos separam do dia 22 de Janeiro para inverter a predisposição dos portugueses em votar maioritariamente Cavaco.
Mas a verdade é que tanto a impaciência como a insinuação provocatória não têm feito especial eco no julgamento político dos cidadãos e ainda menos na agenda de Cavaco, que parecem convergir na valoração da qualidade em prol da quantidade. O que não deixa de ser boa notícia e parece manter o padrão nacional, ou não fosse esse o caso e já há algum tempo viveríamos em regime de partido único do Bloco de Esquerda.
Tudo bem, mas não deixa de ser paradoxal e revelador das verdadeiras intenções tacticistas, que o alegado silêncio de Cavaco seja criticado pelas mesmíssimas pessoas que já tinham o seu voto decidido e a sua participação determinada em várias campanhas de outros candidatos, ainda antes de Cavaco anunciar a sua candidatura. Aparentemente, o alegado silêncio de Cavaco disponibiliza informação suficiente para determinar o voto e a participação contra e/ou em prol de outros candidatos.
Esta é a contradição original dos críticos dos alegados silêncios ou reservas de Cavaco. Alega-se que não fala, que não gosta do jogo democrático e estamos quase na fronteira da acusação de que não gosta de pessoas. Mais alguma coisa? Pois bem, esta pessoa foi, recordo, candidata à Assembleia da República, Ministro das Finanças, Primeiro-Ministro, e é agora candidato a Presidente da República pela segunda vez. A mesmíssima pessoa que foi tantas vezes, nos intervalos do exercício de cargos políticos, conferencista e interventor em jornais e livros sobre a situação política e económica.
Qualquer tentativa de colar a Cavaco a imagem de alguém que não aceita as regras do jogo democrático é soterrada pela evidência. O mesmo para os alegados silêncios, como se não fosse pela força das suas ideias que tantas vezes recebeu o voto popular, como se não fosse a força das suas ideias e a qualidade do seu diagnóstico que tanto interesse desperta nas pessoas mesmo quando não desempenhava qualquer cargo político/partidário. Como se não fosse a força das suas ideias a causa dos números expressos, para desespero de alguns, nas sondagens. E como parece que as suas ideias não são passadas telepaticamente, existe aqui um missing link no argumentário dos críticos.
Face a isto, está então tudo dito e podemos arrumar a tenda? Não, embora os aspectos estruturantes dos vários candidatos sejam já conhecidos dos cidadãos. Mas é também a forma como comunica que distingue Cavaco, e é um estilo que espero mantenha caso seja eleito Presidente. Ontem, como hoje, Cavaco estuda e fala com consciência da e para a consequência. Não é desejável que os discursos do Presidente (neste caso do candidato) tenham como referência a inconsequência. Quando Cavaco fala, os cidadãos ouvem. Como ouviam com atenção os agentes da bolsa quando Cavaco lançou um alerta, e como ouvem hoje os candidatos presidenciais, deixando-se filmar a ouvir e a tirar notas do discurso de Cavaco.
É este cruzamento entre a qualidade, transparência das ideias e escolha adequada dos momentos de intervenção que fazem de Cavaco um excelente candidato a Presidente. A palavra é um dos mais importantes instrumentos do Presidente, e nem o próprio nem o país devem correr o risco de esta se banalizar e, assim, retirar-lhe poder e influência.
Acusar Cavaco e, por consequência, os seus apoiantes e eleitores de não respeitarem o jogo democrático é algo que desqualifica quem o faz.
Felizmente, perante a dimensão da evidência, não há ministro da informação iraquiano que a consiga apagar. Por mais vezes que o repita.
4 Comments:
At 6:12 da tarde, Anónimo said…
Concordo, se calhar o melhor até é ele não dizer nada até às eleições, que é para não descer nas sondagens. Também como os portugueses são burrinhos, ninguém precisa de saber o que ele pensa .
At 1:33 da manhã, Anónimo said…
O texto está muito bem feito... explica tudo muito bem!! Espero qiue o Sr. Prof. Cavaco Silva seja o próximo presidente de Portugal e se possivel à primeira volta, para não se perder muito tempo!!! Um grande abraço ao autor do texto!! É assim mesmo...
At 1:34 da manhã, Pedro Figueiredo said…
mais um post candidato ao pre'mio "o vasco grac,a moura ao pe' de mim e' um menino".
a forc,a das ideias chega. e os eleitores va~o conhecer as ideias como, por telepatia?
At 10:26 da tarde, Anónimo said…
Parabens pelo seu post que além de bem elaborado, demonstra uma lucidez de espirito muito suadável e coerente.
Relativamente ao Dr Marios Soares recorda-me aquela fruta fora de época, que mesmo depois de bem adubada, já não convence ninguem a comê-la.
Relativamente ao Prof Anibal, certamente que tenho uma opinião diferente, parece-me uma fruta já madura, a sair na altura certa dentro da sua época, sem necessitar de muito adubo.
Jose G.
Enviar um comentário
<< Home