Debates
Cada candidato escolhe uma estratégia de comunicação, coerente com a forma que quer dar à campanha e também com a imagem que quer transmitir, e … com o que faz melhor ou pior, protegendo-se ou expondo-se. Não há um modelo ideal de debates face ao qual as virtudes “democráticas” de cada candidato devam ser medidas, pela sua aceitação ou recusa. Sei bem que é assim, porque nas eleições para o Parlamento Europeu, em que tinha como adversário Mário Soares, queria naturalmente bipolarizar o confronto e para isso, várias vezes, apelei a Mário Soares para que aceitasse debates a dois. Ele recusou sempre e não houve nenhum frente a frente.
8 Comments:
At 2:45 da tarde, barboza said…
Você tem razão. Mas isso não invalida que uma posição de abertura ao debate (exposição, nas suas palavras) seja obviamente mais saudável e democrática do que uma posição de resguardo. Nisto há algo de objectivo.
At 3:04 da tarde, pedropmarques said…
Fui candidato a Presidente de Câmara Municipal, em Abrantes, em Outubro último. O candidato do PS, no poder, nunca aceitou debates a dois. Quem está a frente nunca os quer, pois tem mais a perder do que a ganhar; pelo menos, teoricamente, a maior parte das vezes é assim.
Se eu estivesse em vantagem, também não sei se quereria debates a dois...
Lá tive que fazer um debate a 5, no que se transformou numa peixeirada em que ninguém saíu a ganhar e em que os ouvintes, por certo, não ficaram mais esclarecidos.
At 4:13 da tarde, av said…
Quem está a ser eleito é o candidato Cavco Silva e nao os seus apoiantes. Logo o candidato tem que falar na primeira pessoa. Penso eu. Tem de aparecer e responder a perguntas. Debater ideias. Acredito que as pessoas só votem realmente em quem conhecem e nao em fotografias e cenários.
At 4:49 da tarde, tms said…
O problema não está na forma, está na ausência...
http://cavacoforabelem.blogspot.com/
At 5:40 da tarde, Nuno Gouveia said…
Cavaco disse também ser «óbvio» que vai «aceitar» debates televisivos a dois, justificando que «não está em causa a eleição de um qualquer político».
In Diario Digital
Penso que Cavaco Silva já respondeu a estes receios de alguma esquerda bem pensante. Cavaco Silva estará aberto a discutir a dois. Espero que haja uma moderação justa e equilibrada nestes debates.
At 1:03 da tarde, Rui Pedro said…
As eleições europeias de 2000 não são comparáveis com as presidenciais de 2006! As candidaturas de 2000 não eram mutuamente exclusivas (digamos assim), ou seja, o PE poderia acolher eurodeputados do PSD, do CDS, do PS, do PCP. Nas presidenciais de 2006 apenas um candidato irá ganhar.
Transparece para a opinião pública - fruto, talvez, das reacções das outras candidaturas - que o Prof. Cavaco Silva não tem qualquer interesse em debater. Se porventura as 3 televisões se atrasarem a propor um figurino de debate, não me admiraria nada ouvir o candidato Cavaco Silva declarar que o tempo disponível já não permite debates, por estarmos às portas do Natal, e porque a semana entre o Natal e o ano novo não conta, e porque logo a seguir ocorrerá a campanha e o contacto directo com as populações. Para esta postura parece que bastará um sinal verde dos conselheiros e a intuição do candidato de que pode, airosamente, subtrair-se ao confronto com os outros candidatos.
At 12:13 da manhã, Daniel said…
O problema é que Cavaco nunca quis debates, nem idas ao parlamento, blá blá blá.
Acho que este post tenta tornar "estratégica" uma característica que é "fundamental" na acção política de Cavaco Silva. E, se não esquecermos o que é ser Presidente de Portugal, nem as funções específicas que lhe são destinadas (pode ser?), este não deve ser um factor a desprezar. Percebo bem que os apoiantes de Mário Soares convoquem este argumento. E também entendo que do lado de Cavaco Silva se tente construir uma outra argumentação que a sustente mas esta não serve. Cavaco pode fugir aos debates que não lhe interessam mas não se pode desinteressar pelos debates. A Mário Soares resta-lhe "pedir" que o outro apareça e isso, Cavaco e Pacheco Pereira sabem bem, é um sinal de fraqueza. Mas esta não é só a melhor estratégia para Cavaco vencer as eleições, esta é também a que ele melhor sabe executar (e isso sim é relevante).
O bolo rei é uma metáfora (demasiado gasta, concedo). No entanto ela permaneceu (tal como o não menos célebre "monami meterrã" de Soares) e não foi por acaso. As caricaturas exageram nos traços mas apenas naqueles que conseguimos reconhecer com facilidade.
Daniel
At 7:31 da tarde, Anónimo said…
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