Choque Tecnológico
Garcia Pereira mandou uma carta ao Primeiro-Ministro a pedir explicações sobre o futuro da Caixa Geral de Depósitos. Garcia Pereira tem um problema com a história: ainda vive no tempo em que se mandavam cartas.
Alguém é capaz de lhe dizer que agora se pergunta ao dr. Soares?
9 Comments:
At 1:18 da manhã,
Arrebenta said…
Desculpem lá a extensão do post, mas isto agora começa a apertar...
Quarta-feira, Janeiro 18, 2006
Katia Rebarbado d'Abreu entrevista o Arrebenta - Manuel Alegre
-- E lá vamos nós ao Manuel Alegre...
-- É verdade, lá terá de ser, mas é mesmo assim: quem vai à guerra dá e leva... Antes de mais, um esclarecimento. O Portugal do pós-25 de Abril, que estes cavalheiros todos, honra lhes seja feita, ajudaram a construir, é, neste preciso instante um dos mais espantosos ninhos de desvergonha e corrupção europeus. Grosso modo, Portugal é uma nova Sicília, e Lisboa uma Palermo dos Palermas, onde grande parte da população se concentrou, fruto dos sucessivos desastres e boicotes regionalizadores. Esta geração, que criou e manteve o "POLVO", dever-se-ia, a rigor, ter retirado, para dar lugar aos novos valores, algures entre os 35 e os 50 anos. Seria, talvez, o tempo de termos as candidaturas naturais de Guterres, Santana e Paulo Portas, possivelmente, ao lado de Jerónimo e Louçã, ou, vá lá, mesmo Garcia Pereira. Obviamente, que essa Geração do Polvo não se retirou, porque sabe que no dia em que desocupar os postos-chave, ou não assegurar a sua ocupação por uma geração ainda mais vil e corrupta do que a deles, tudo se desmoronará, como um mal montado castelo de cartas.
Quando o "ingénuo" Aníbal decidiu avançar, pensei imediatamente para os meus botões, "lá vem a Brigada do Reumático tentar outra vez lixar-nos o Curso do Tempo a todos..." Pois, meu dito, meu feito, é Soares que se vê obrigado a avançar, para contrabalançar a vampiresca ameaça de retorno ao Passado, e o agravado Manuel Alegre, que, de repente, demonstrou que também sofria de uns ataques, e que tinha estado, lá muito brandamente, na sombra, à espera de um qualquer tempo em que, subitamente, lhe calhasse uma fatia de Bolo-Rei, eventualmente bem maior do que a morfada pelo Grande Timoneiro de Boliqueime.
Para a minha geração, as tentativas de independência da Ilha do Pico, os exílios em Paris -- de onde apenas conheço as montras do Faubourg Saint-Honoré, Beaubourg e as moitas do Bois de Boulogne -- ou Rádio Argel -- que me faz sempre lembrar a B.B.C. dos documentários, durante a Grande Depressão, com uma locutora, com espartilho e botins de atilho, a desbobinar, com voz de quem grasna para dentro de uma caixa de sapatos, montes de interferências e ameaças do Grande Reich -- dizia eu, Manuel Alegre não faz qualquer sentido. Bem pelo contrário, faz um profundo sentido negativo: é o subitamente revelado vaidoso, que não se preocupa com fazer patinar os destinos da Pátria apenas porque meteu na cabeça que iria ter uma crise pública contra o Grande Senador Soares...
-- Então, não gosta de Manuel Alegre?...
-- Querida, EU NÃO GOSTO MESMO NADA DE MANUEL ALEGRE... Desconheço-o como poeta, só passei a conhecê-lo como mais um triste pavão da nossa miserável capoeira. E, como pavão, merece-me o desprezo de todos os seus semelhantes; como poeta, tenho a dizer-lhe que sempre desconfiei dos poetas com estátua em vida. A única estátua, em vida, permitida aos poetas, é a esculpida pela qualidade das suas palavras no interior de cada um dos seus leitores. Como nunca o li, ou lerei, não me esculpiu em nada. Como não sou do tempo dos seus grandes feitos, nada me interessa do que fez. Como contemporâneo, arrisca-se, aos meus olhos, a ter apenas escrito, na base da sua estátua, o epitáfio "Por sua augusta mão, houve em Portugal que se elevasse, em 2006, ao mais alto poleiro da Nação, o desconhecido Cidadão Silva, de Boliqueime.
E assim ficamos,
paciência.
(Cai o edredon)
At 1:45 da manhã,
Pedro Picoito said…
Apre!
At 9:20 da manhã,
Anónimo said…
Ai o desespero nas vossas palavras...
At 2:31 da tarde,
Nuno Nasoni said…
A Soares, o governo garantiu que os estaleiros de Viana do Castelo não seriam privatizados. A Garcia Pereira, responderam que não "está prevista" a privatização da CGD. Não é bem a mesma coisa..
At 12:31 da tarde,
Pedro Picoito said…
Tem razão, sim senhor. Não tinha pensado nesse pormenor. Mas não abona a favor de Soares nem do Governo...
At 2:08 da tarde,
Anónimo said…
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