Podem Fazer as Perguntas Erradas
Curiosamente nem todos os candidatos aceitaram ser entrevistados. Lê-se no Acidental:
«Mais curioso é ficarmos a saber, através de Helena Matos, que Mário Soares recusou ser entrevistado pela revista, ao contrário de Manuel Alegre. Como símbolo do que já é e do que pode representar no futuro a "Atlântico", não está nada mal: esta é a revista a quem Mário Soares recusou uma entrevista. Será porque teve medo das perguntas?»
Provavelmente. Emitir as habituais vacuidades sobre os perigos da globalização, trocar défices por superavits, sugerir políticas que já levaram países à ruina, baralhar todos os números ou defender diálogos com a al-Qaeda pode ser muito interessante perante a habitual complacência de jornalistas reverentes. Em frente deste painel de entrevistadores, o candidato arriscava-se a ficar em muito maus lençóis...
8 Comments:
At 1:41 da manhã, António Viriato said…
Ainda não li as entrevistas, mas tenciono fazê-lo. Contudo, aponto algum défice político à candidatura de Cavaco Silva. De novo, o mesmo erro do passado : fuga à luta política, pensar que tudo se resolve com conversa de Gestor. Nem oito, nem oitenta. Se Cavaco não quer entrar numa disputa directa, permanente, com Soares, sempre muito solto na linguagem, alguém da Comissão Política da Candidatura deveria fazê-lo. Hoje mesmo, em entrevista ao Correio da Manhã, Soares passou das marcas, declarando mais uma vez que deixou os cofres cheios a Cavaco, quando saiu do Governo e que depois Cavaco os esvaziou. Mas diz mais. Afirma que as qualidades técnicas de Cavaco são um mito. Ora isto é grave em si mesmo e mais grave que fique sem resposta. Porque não responde Cavaco a isto ? Acha que isto não é ofensivo, atentório da sua honra como cidadão probo, como ex- Primeiro-Ministro ou mesmo como Professor de Economia ? Porque se recolhe tanto ? A eleição não está garantida, apesar da sua confortável vantagem nas sondagens e, para a alcançar, tem de desenvolver luta política ou ele directamente ou a sua Comissão Política. Não se pense que isto será uma Nomeação. Já durante os seus Governos se deu a mesma subvalorização da Política. Toda a gente que gravitava em torno de Cavaco desvalorizava o combate político e a maior parte apenas ambicionava ser Gestor – nomeado -, evidentemente, e para a Política quase ninguém estava disponível. Viu-se depois o resultado de tal mentalidade : eleições perdidas, entrada em força da demagogia, ocupação do Estado e das Empresas em que este tinha influência pela família «socialista» e desaparecimento do PSD da vida política socialmente interventiva, nenhuma acção no mundo do trabalho, nenhum pensamento político doutrinário, nenhuma réstea sequer de preocupação social-democrática, apenas algumas vozes, raras, a participar na acção política e um discurso permanente sobre questões financeiras, importantes, sem dúvida, mas em excesso, sem enquadramento político nenhum : um mero discurso economicista, financista e contabilista. Viu-se outra vez o resultado, com o regresso ao Poder, com Barroso e Santana, dois anos e meio a discutir o défice orçamental do Estado numa obsessão descabida, com o desfecho calamitoso conhecido : descredibilização do PSD, trapalhadas na Governação e por fim dissolução da AR, tudo seguido de vitória do PS com maioria absoluta, não obstante as vicissitudes por que este passara, com líderes frágeis e já feridos de incompetência demonstrada em anteriores passagens pelo Governo. E agora, se Cavaco perder a Presidência, com Sócrates e o PS no Governo com maioria na Assembleia da República ? Ninguém equaciona este cenário ? Para que serve um PSD despolitizado, sem pensamento social-democrático, rendido às teses do neo-liberalismo económico ? Porque se revela Cavaco tão timorato em face das críticas e mesmo ofensas de Soares, sobretudo, mas das de Jerónimo e de Louçã também ? Que faz tanta gente laureada na Comissão Política de Cavaco ?
Gostaria de ouvir alguma resposta.
Votos de maior empenho.Um cidadão eleitor social-democrata.
António Viriato, em http://alma_lusiada.blogspot.com
At 10:50 da manhã, Pedro Sá said…
Pura e simplesmente Mário Soares não está para perder tempo com revistas de propaganda e doutrina de direita.
At 12:39 da tarde, Anónimo said…
Soares terá negado porque a Atlântico não tencionava entrevistar nem o Alegre, nem o Jewrónimo e nem o Louçã? E o Cavaco e o Alegre aceitaram porque não se importaram?
At 1:23 da tarde, sabine said…
Mais um tiro no pé de Mário Soares! Gosto dos entrevistadores, mas toda essa gente é assumidamente de direita (e faz muito bem em assumir)! E não são de modo nenhum "de primeira água" (LOL)!
At 1:35 da tarde, sabine said…
Já agora uma perguntinha: Jerónimo de Sousa e Francisvo Louçã também recusaram ou não foram convidados???
At 8:20 da tarde, Joana Saraiva said…
a ser verdade a "notícia" revelaria uma neurose cavaquista por parte de soares.
A ser verdade... onde se pode confirmar essa "notícia"?
At 9:29 da tarde, Anónimo said…
Very nice site! » »
At 5:16 da manhã, Anónimo said…
Where did you find it? Interesting read » »
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